O dia seguinte ao fim da Copa já tinha uma Doha muito mais vazia. Os prédios ainda têm as fotos gigantescas dos astros, mas já era possível circular nos pontos turísticos sem atropelos ou disputas corpo a corpo.
Se eu fosse arriscar uma certeza, diria que a Copa não deixa o legado de aumentar o interesse do público local em futebol. O mundo se comoveu com a antológica final entre argentinos e franceses, mas não vejo este efeito se potencializando entre os cataris.
O evento atendeu seus interesses geopolíticos, a arrojada arquitetura das cidades impressiona. Acordo fechado. Como consequência esportiva, porém, o mundo vai falar da final da Copa muito mais do que os nativos dos quais me despeço nesta terça-feira ao retornar para o Brasil.
Fica para mim a melhor lembrança de uma decisão de Copa espetacular, de um trabalho em minha sexta Copa in loco com contratempos de saúde que nunca tive antes, de muita parceria com a delegação da RBS em Doha e minha primeira final de Copa comentada na Gaúcha. Patrimônio intransferível.