Por qualquer das razões que colorados e coloradas estão reclamando da produção do Inter há pelo menos oito jogos entre Libertadores e Brasileirão, a crítica desemboca em quem até bem pouco tempo só desembarcavam elogios. Eduardo Coudet, a frase é de responsabilidade do colunista, perdeu a mão no decorrer de setembro.
Frases infelizes, escolhas ainda piores, resultados ruins e, recentemente, desânimo ao fim do jogo fazem um combo ruim para o momento do treinador argentino. Ainda mais se acontece às vésperas do clássico que Coudet, como técnico do Inter, ainda não conseguiu ganhar e mal conseguiu pontuar.
Neste contexto, parece inevitável a situação recorrente de um profissional pendurado no resultado de cada nova rodada como se fosse apenas o adiamento de um desfecho conhecido. No entanto, a demissão de Coudet seria um erro que não creio ver Marcelo Medeiros cometendo. Mesmo se vier a quinta derrota no Gre-Nal, vale mais a correção dos rumos do que a troca do comandante.
No próprio Inter e com Medeiros de vice de futebol, houve um exemplo claro e inequívoco de treinador que perdeu a mão do time e ele próprio a recuperou na mesma temporada. O ano era 2014, o Inter levou 5 a 0 da Chapecoense na Arena Condá. Como carimbo de uma noite horrorosa, o quinto gol da Chape já tinha o centroavante Rafael Moura de goleiro por conta da expulsão de Dida. Terminado o acachapante resultado ruim, direção, treinador e jogadores fincaram posição na recuperação do time para alcançar o possível. Na época e no caso, vaga direta de Libertadores.
Aconteceu na última rodada quase no último minuto, um improvável gol do lateral Wellington em Florianópolis contra o Figueirense, vitória de 2 a 1, Inter classificado para a Libertadores de 2015.
Logo, Medeiros não só já viu acontecer como foi parte importante do processo. Então, se o Inter tão cheio de desconfiança e com jogadores abaixo da produção habitual de fato perder o Gre-Nal deste sábado na Arena, nem assim Coudet deve ser demitido, embora claramente tenha perdido a mão neste momento do seu trabalho. Se tiver confiança do dirigente que o trouxe e, claro, ele mesmo identificar onde tanto anda errando, a reversão do cenário é possível. Como está no título, perder a mão não vale demissão.