O título da coluna poderia ser adaptado para qualquer área da vida humana. Confiança é quase tudo na profissão, na vida amorosa, na relação com amigos e família, enfim, nada escapa do poder deste substantivo dotado de tanto valor.
Não basta só confiança, porque se fosse só esta a qualidade a pessoa em questão sairia do lugar “confiante” para o lugar “lunático”. Confiança só faz sentido quando existem qualidades agregadas cujas potencialidades diminuem quando a primeira se vai, momentânea ou definitivamente.
Quinta-feira passada, surgiu em Pituaçu, enfim, o goleiro protagonista que o Grêmio imaginava ter contratado no início do ano. Vanderlei tinha perdido créditos no clube anterior quando o treinador exigia do seu goleiro especial habilidade com os pés.
Não adiantaram os três caminhões de defesas difíceis praticadas por Vanderlei em todo seu período como titular do Santos. Sampaoli queria alguém que pudesse ser goleiro-linha. O até então titular pegava muito, mas com os pés era só mediano, o que o levou ao inusitado banco de reservas.
No Grêmio, porém, Vanderlei não ganhou a confiança da torcida de saída, até porque em seu primeiro jogo levou gol de falta defensável na derrota para o Caxias. Faltava a ele a grande atuação, aquela que obrigasse narradores, comentaristas e repórteres a indicá-lo como melhor em campo. Agora não falta mais.
O Grêmio não teria vencido o Bahia não fossem as defesas de Vanderlei. O goleiro não só impediu de qualquer jeito a bola de entrar. Algumas das defesas que fez exigiram a melhor técnica disponível. Outras pareceram comuns. O certo que é Vanderlei saiu de campo com a sensação do dever cumprido. Houvesse torcida e seu nome seria aplaudido depois de anunciado nos alto-falantes.