Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que servem para avaliação da qualidade do ensino no país, mostram estabilidade no desempenho médio dos alunos do Rio Grande do Sul. Mas o resultado, na avaliação da secretária de Educação do Estado, Raquel Teixeira, pode ser visto como um avanço importante. Além dos efeitos da pandemia, havia temor de uma influência negativa na média pelo aumento no número de estudantes consultados.
Teixeira foi ao Ministério da Educação (MEC) acompanhar pessoalmente a divulgação. Em entrevista a Zero Hora, demonstrou otimismo com os dados.
— Houve enorme aumento da participação dos estudantes em todas as etapas, isso é um avanço. E mantivemos o índice de proficiência. Isso é importante porque, quando você aumenta, geralmente a proficiência cai. Porque você inclui no universo os alunos não tão qualificados, que não participavam por receio de não serem aprovados.
A secretária admitiu que o Rio Grande do Sul tem “problemas sérios” de desigualdades e de uma “tendência de reprovação”. Ela aposta na adoção do programa “Estudos de Aprendizagem Contínua”, em que há um reforço do conteúdo no encerramento de cada trimestre, com envio de material suplementar às escolas.
No ranking nacional de aprovação, o RS ficou em 19º lugar entre as 27 unidades da federação nos anos iniciais do Fundamental. Em 2021, estava em 14º; em 2019, em 16º. Também houve perda de posições nos anos finais do Fundamental, onde o Estado ocupa o 21º lugar. E no Ensino Médio, em que está no 24º lugar.
Teixeira sustenta que no próximo levantamento sobre a qualidade do ensino, que deve ser divulgado em 2025, serão visíveis os efeitos desta mudança gradual do nível de aprovação e reprovação de alunos no Estado.
— O aluno que é reprovado, até pode ficar mais um ano na escola, mas depois desanima e o perdemos para sempre. Estou confiante porque nosso diagnóstico está correto e as políticas de correção também, temos tudo para usufruir disso a partir do ano que vem — argumentou.
No desempenho geral dos alunos de anos iniciais, o RS alcançou nota 6 em 2023, contra 5,8 em 2021. Nos anos finais, a média foi 4,9. Em 2021, era 5,1. Já no Ensino Médio, alcançou 4,2 em 2023, mesma nota de 2021.
A permanência dos alunos em sala de aula é um desafio nacional. Enquanto o índice de crianças na pré-escola é de 92,9%, a conclusão do ensino médio até os 19 anos alcança apenas 70% no país. Quando o comparativo é apenas entre jovens de baixa renda, o número cai para 50%.
O governo gaúcho criou o programa Todo Jovem na Escola, que dá auxílio financeiro para estudantes da rede pública como forma de incentivar a permanência em sala de aula e a conclusão da trajetória escolar. Em âmbito nacional, o Pé-de-Meia foi criado no governo Lula com o mesmo objetivo.