O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, enviou ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) solicitando uma audiência para tratar da retomada do fornecimento de energia pela CEEE Equatorial. Endereçado ao diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, o documento afirma que, na tempestade que atingiu a cidade nesta semana, assim como em outros eventos climáticos do ano passado, "houve interrupções no fornecimento de energia elétrica e enfrentamos dificuldades no restabelecimento do serviço na cidade, inclusive com dificuldade de obter contato e respostas" da empresa.
Melo ressaltou que a demora na normalização do serviço também prejudica o fornecimento de água na Capital, já que estações do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) são afetadas pelo corte de energia. Garantiu à agência, contudo, que hospitais e outras unidades de saúde estão abastecidas de forma emergencial com caminhão-pipa.
Integrantes da bancada federal gaúcha prometeram pressionar a agência para que a audiência ocorra o mais breve possível. Melo fez publicamente uma série de críticas à postura da CEEE Equatorial em situações de urgência.
Na última quarta-feira (17), o prefeito publicou nas redes sociais: "Já que a direção da CEEE Equatorial não atende o telefone nas últimas horas, fazemos um apelo para que alguém da empresa compareça ao Ceic e nos auxilie na governança conjunta para retomar a normalidade. Não há abastecimento de água sem energia!".
O governador Eduardo Leite já telefonou ao diretor-geral da Aneel solicitando providências. Na quarta-feira, também admitiu a necessidade da CEEE Equatorial melhorar a relação com as autoridades e a sociedade, sob pena inclusive de ter a concessão questionada.
— As multas são uma forma de pressionar. E, se não houver mudança de comportamento ao longo do tempo por parte da empresa, ela pode enfrentar o que o Estado com a sua empresa estava enfrentando, um processo de cassação da concessão e perder o direito de ser a prestadora de serviços da energia elétrica do Rio Grande do Sul — asseverou.
O governador não cogita, contudo, a reestatização do serviço. A CEEE pública operava no prejuízo e, no entendimento de Leite, também também não atendia os habitantes de forma adequada.