O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (27) que "está chegando a hora" de definir as indicações para novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e para procurador-geral da República, cargos que estão vagos há aproximadamente um mês.
A escolha para a PGR, enfatizou, será de um procurador comprometido em não "perseguir ninguém" ou usar o cargo para "pirotecnia". O presidente admitiu que o atual ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino, é um dos cotados para o STF, mas evitou antecipar a decisão.
— Não estou apavorado, não tenho pressa. Eu recebo muita sugestão. E nessas horas, como já fui presidente por oito anos, eu tenho que sentar com a minha consciência, contar muitas vezes até 10, para indicar a pessoa que seja a mais correta possível para cumprir a função de uma instituição de Estado. Eu não quero um amigo, quero alguém que seja sério e responsável — disse Lula.
Em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, o presidente ressaltou que precisa levar em conta "circunstâncias políticas" e indicar um nome viável para aprovação no Senado. No caso de Dino, também precisa pesar em que posto o considera mais "justo", se na atual posição ou no STF.
— Se eu falar para você o que eu penso do Flávio Dino, eu tenho medo que a manchete do jornal seja "Lula tem preferência por Flávio Dino". Então, eu tenho em mente algumas pessoas da mais alta qualificação política. Tem várias. Obviamente, sou obrigado a reconhecer que o Flávio Dino é uma pessoa altamente qualificada do ponto de vista do conhecimento jurídico, do ponto de vista político — ressaltou.
Lula também fez um mea culpa sobre a recusa à indicação para o cargo de defensor público-geral federal. O nome de Igor Roberto Albuquerque Roque foi rejeitado pelo Senado.
Segundo o presidente, a escolha ocorreu em um momento em que ele se recuperava da cirurgia que fez no quadril e não tinha condições de defender a escolha junto a lideranças do Congresso.
Além das escolhas para o STF e a PGR, Lula deve indicar neste ano novos ministros para vagas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e quatro conselheiros do Cade — o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.