Em meio à disputa sobre a coordenação da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Secretaria Extraordinária de Segurança e Coordenação Presidencial, sob comando de um delegado da Polícia Federal, ganhou reforço de mais 40 agentes nesta segunda-feira (8). Agora, a equipe contará com 12 servidores oriundos do Rio Grande do Sul. Além de policiais federais e policiais penais, há um agente cedido pela Brigada Militar.
Os agentes atuam na proteção de Lula e da primeira-dama, Janja da Silva, e do vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa. Todos os integrantes da equipe passaram por treinamento específico para a segurança presidencial, mas já acumulavam experiência na segurança de autoridades nos Estados.
O futuro da equipe, contudo, está no centro de discussões entre Lula e o novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Antônio Amaro dos Santos. Internamente há avaliações de que a segurança não pode ficar dividida em duas estruturas.
Além da Secretaria Extraordinária de Segurança e Coordenação Presidencial - comandada pelo delegado da Polícia Federal Alexsander Castro de Oliveira e ligada diretamente ao gabinete de Lula -, o GSI mantém a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial.
Nos eventos em que Lula participa, o esquema de segurança tem sido dividido entre os seguranças coordenados pelo delegado da PF, que ficam no perímetro mais próximo, e os militares do GSI, responsáveis por cercar o raio de atuação.
A secretaria extraordinária foi criada por decreto, com validade até 30 de junho. O objetivo era utilizar este período para "desbolsonarizar" o GSI, retirando militares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A permanência de agentes nomeados no governo passado, inclusive, é um dos motivos identificados pelo Planalto para a facilitação do acesso dos manifestantes que depredaram a sede do Executivo, em 8 de janeiro.