Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

2025 com "dinheiro caro"
Análise

Após tombo de bancões, é a vez de Banrisul ter queda nas ações com bons resultados

Resultado do banco estadual cresceu 5,2%, para R$ 916,1 milhões, com carteira de crédito recorde, mas papéis caem 2% na bolsa

Marta Sfredo

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Foi até mais suave, perto do que ocorreu com Itaú e Bradesco. Mas as ações do Banrisul caem ao redor de 2% depois de o banco ter apresentado bons resultados em 2024. Conforme o presidente da instituição, Fernando Lemos, o mercado sempre olha à frente:

— Como o juro vai continuar subindo,  vai complicar um pouco o crédito. E se não expande o crédito, a receita dos bancos diminui.

No ano passado, o Banrisul teve lucro líquido de R$ 916,1 milhões, 5,2% acima de 2023. Mais do que isso, ressaltou Lemos à coluna, deve ter a menor taxa de inadimplência do sistema financeiro nacional, de 1,73%, a segunda menor da história do banco, no ano em que boa parte do Estado passou semanas debaixo d'água.

— Consideramos um ano muito bom, porque poderia ter sido um ano muito ruim. Em maio, levamos um susto, não sabíamos como seria, a carteira de crédito poderia ter sido muito afetada — destacou Lemos.

Na avaliação do presidente do Banrisul, ações do banco ajudaram para que a extensão do estrago não fosse tão grande quanto se temia. Houve prorrogação de financiamentos e crescimento da concessão de crédito em 15%, acima da média nacional.

— Passamos a operar com crédito comercial nas empresas, não tínhamos produtos adequados. Lançamos a Conta Única, que foi um sucesso, com R$ 2,5 bilhões de contratação e utilização de R$ 1,5 bilhão (a diferença é de limites aprovados ainda não usados).

A carteira de crédito subiu a R$ 62,1 bilhões, um recorde na história do Banrisul. Mas como diz Lemos, o mercado olha para a frente. Ele admite que este será um ano "mais difícil".

O dinheiro está muito caro. O Banrisul sempre foi bem seletivo, mas como esteve muito afastado das empresas e está voltando para as boas, podemos ter algum crescimento, mas com segurança. 

Um dos sinais nessa direção, ilustra o presidente do Banrisul, é o lançamento de uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para empresas do setor imobiliário. O banco financia a construção e, quando os imóveis forem vendidos, poderá atuar no crédito para aquisição, se houver interesse do cliente. A coluna quis saber se esse movimento ocorre por causa do cenário difícil ou apesar dele, Lemos respondeu assim:

— Apesar do cenário, para não deixar empresas sem oportunidade. Constrói o prédio com financiamento do Banrisul e estende a quem comprar os imóveis. 

Leia mais na coluna de Marta Sfredo

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