O jornalista Anderson Aires colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Dados dos principais ramos da economia, divulgados pelas pesquisas mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta semana, mostram que o setor de serviços segue carregando parcela maior dos efeitos da inundação no Rio Grande do Sul. O segmento, um dos motores do emprego no país, apresentou queda de 7,7% no acumulado deste ano até setembro.
O tombo de serviços ocorre em um contexto onde o Estado viu cadeias importantes da economia local, como o turismo, travadas diante de sérios problemas logísticos e de infraestrutura. Vale lembrar que os dados do IBGE são de setembro, mês que ainda não contava com o aeroporto Salgado Filho reaberto.
— Quando pegamos serviços ligados às famílias, a gente vê um prejuízo muito grande, porque tem a questão do turismo e do transporte. Vamos pensar que a gente teve a nossa mobilidade muito prejudicada nesse período. Muitos negócios tiveram sua atividade afetada — analisa a economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo.
Por outro lado, outros dois dos principais setores da economia parecem ter sentido o efeito do aguaceiro em menor escala. A indústria segue oscilando com quedas e altas nos principais indicadores em um contexto de juro alto e falta de apetite do mercado externo em alguns ramos importantes. No acumulado do ano até setembro, tem leve queda de 0,2%.
Já o comércio, anotou alta de 7,5% no período de nove meses. Mesmo com uma série de dificuldades, respondeu aos estímulos no consumo, provocados pela ingestão de verba via auxílios no pós-inundação e necessidade de repor itens danificados pela água.
Diminuição do gargalo logístico
A economista-chefe da Fecomércio lembra que a volta do principal terminal aéreo do Estado e outros desembaraços logísticos podem dar um alento aos ramos reprimidos pelos entraves de circulação.
Mesmo com esse otimismo, é necessário aguardar como a antecipação de parte da renda prevista para o fim do ano pode mitigar ou não essa virada de chave.
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