Ele não apenas "está na lista" dos cem mais influentes líderes ambientais do planeta da revista americana Time. Está no grupo de 20 "titãs", ao lado de Bill Gates, da Microsoft, e do príncipe Harry, o herdeiro deserdado do trono britânico. E sim, é Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil.
Sua presença em grupo tão seleto tem um lado simbólico: ali está, mais do que o ministro, o Brasil, que agora não é mais o país do futuro, mas é o país do futuro mais verde. Mas também tem parte que é de CPF.
No Brasil, Haddad se dedicou ao plano de transição energética incluído no novo PAC anunciado em agosto de 2023. Na época, chamou atenção da coluna seu esforço para falar o idioma ambientalês, reforçando a necessidade de discutir "taxonomia", que no caso é a aplicação de métricas a atividades, ativos e projetos com objetivos sustentáveis, sociais ou ambientais.
No Exterior, Haddad também ganhou vitrine verde ao lançar títulos de dívida externa brasileira com critérios sustentáveis, chamados de "green bonds" no mercado.
A publicação da Time (confira aqui), não por acaso feita enquanto se desenvolve a COP29, colhe o ministro "verde" em momento de forte pressão no cargo, até em seu próprio partido. Está em pleno teste de resiliência, para usar outra expressão ambiental.
Para quem já ensaia o discurso "claro, é ecologista, portanto comunista" um alerta: nesse raro caso, Haddad está alinhado a seu antecessor, Paulo Guedes. Na palestra que fez em Porto Alegre na semana passada, Guedes disse ter percebido a importância do Brasil nesse tema ao ter sido demandado com insistência por entidade internacional enquanto ainda estava no cargo.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo