Embora a alta da inflação em setembro tenha elevado a percepção de que pode ocorrer uma alta de 0,75 ponto percentual - de uma só vez - no juro básico, essa perspectiva ainda não é majoritária.
No Relatório Focus que o Banco Central (BC) apresentou nesta segunda-feira (18), a maioria dos economistas consultados espera que o ano se encerre com a Selic em 11,75%. Para isso, basta uma alta de 0,5 ponto na reunião que se encerra em 11 de dezembro.
No entanto, a projeção para 2025 subiu 0,5 ponto percentual de uma semana para a outra, e está agora em 12%. Isso significa que novas elevações podem ficar para o próximo ano. E, claro, pode ser o "atraso" típico do Focus, que pode ter atualização nas próximas semanas.
Nesta segunda-feira (18), o Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o crescimento do PIB neste ano, de 3,3% para 3,4%. No Focus, o "consenso do mercado" ainda é de 3,1%.
A estimativa da equipe econômica para a inflação aumentou mais, de 4,25% para 4,4% - ainda sem ultrapassar o teto. Nesse caso, é a do perspectiva do ministério que está "atrasada": no Focus, já atinge 4,64%, representando expectativa de estouro da meta.
A meta que o BC deveria entregar neste ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. O teto é, portanto, de 4,5%, limite para o qual o mercado passou a projetar estouro há três semanas.
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