Entre as empresas que foram quase destruídas pela enxurrada, algumas tiveram suas histórias contadas pela coluna.
É o caso da Della Nonna, fábrica do 4º Distrito que acumulou prejuízo de cerca de R$ 3,5 milhões. Segundo o empreendedor Sergio Sbabo, o negócio terá de reduzir a operação para sobreviver.
Parada de maio a agosto, a Della Nonna teve ajuda da Associação dos Empresários do 4º Distrito e de iniciativas de apoio a renegociação de dívidas para voltar à ativa, mas "sem linha de crédito, teria fechado", afirma Sbabo.
Só há cerca de dois meses - dois depois da enchente - o empreendedor só conseguiu contratar financiamento em bancos públicos, com juro subsidiado, prazo para começar a pagar (carência) de 12 meses e pagamento parcelado em até 48 vezes.
A Della Nonna, como outras empresas, tinha pendências e, enquanto não as quitasse ou renegociasse, não teria acesso ao financiamento.
— Como não operamos durante todo maio, ficamos com saldo devedor. Nos bancos privados, tive enorme dificuldade de colocar o passivo em dia, porque a proposta nunca era aprovada. Consegui renegociar, mas com juro de mercado. A partir daí, consegui acesso aos bancos públicos para tentar (as linhas de financiamento do) BNDES — detalha Sbabo.
Em agosto, a Della Nonna retomou parte da produção. Ainda precisa recuperar máquinas para voltar a vender pães de queijo, salgadinhos e pacotes de um quilo de batata palha, por exemplo. Mas a fabricação de nhoques e pacotes menores de batata palha já foi retomada.
— É outra empresa, outra realidade. Vamos voltar de maneira mais enxuta. Estamos revendo todos os custos fixos. Terminamos 30 de abril com um dos maiores faturamentos da nossa história. E agora ainda está devagar.
*Colaborou João Pedro Cecchini