Se fosse em outro momento, o novo investimento da General Motors em Gravataí poderia até ser considerado modesto.
Mas como chega em uma etapa crucial para o Estado, o anúncio de mais R$ 1,2 bilhão feito pelo presidente da GM na América do Sul, Santiago Chamorro, representa mais do que só uma nova etapa da montadora gaúcha. O anúncio de 11 de julho de 2024 é simbólico em um Estado que luta pela sua própria reconstrução.
O que a GM prometeu foi que, em 2026, terá “um carro inédito no mundo” e a modernização da planta que, como caracterizou o vice-presidente da General Motors, Fabio Rua, não é apenas a mais moderna e produtiva do Brasil mas está entre as cinco mais modernas e produtivas do mundo da marca.
Chamorro resistiu a várias tentativas de especificar o modelo de carro que sairá de Gravataí a partir de 2026, mas sorriu quando foi perguntado sobre a ausência da GM do segmento de SUVs compactos. Ao justificar o fato de o novo modelo ainda ser a combustão, afirmou que há mercado para todos os tipos de motorização.
Segundo o presidente da GM para a América do Sul, o novo veículo vai acrescentar uma produção de 80 mil veículos ao ano. Atualmente, a capacidade total é de 330 mil unidades por ano e estão saindo cerca de 250 mil carros por ano, portanto há alguma ociosidade. Desde o início da operação de Gravataí, já foram fabricados 4,7 milhões de unidades.
Conforme o governador Eduardo Leite, o anúncio decorre de um “trabalho feito antes da calamidade”, mas destaca:
— A GM não deu passo atrás, o que mostra a confiança no Rio Grande. Sabe que esse investimento vai entregar resultados. E nós atualizamos nossa legislação de incentivos, então o Rio Grande do Sul também confia na GM.
Conforme o secretário do Desenvolvimento, Ernani Polo, o pacote de incentivos para a nova etapa da GM é uma espécie de reedição do que estava em vigor, sem concessões extras.