Embora a General Motors tenha sido cautelosa nos anúncios de investimentos de montadoras no novo ciclo do segmento no Brasil, ao menos R$ 1 bilhão dos R$ 7 bilhões anunciados deve ficar em Gravataí. Ainda há expectativa, criada pela própria empresa, de ampliação do valor total, com esperados reflexos na cifra destinada ao Estado.
A GM tem cinco fábricas no Brasil para dividir esses recursos, mas a unidade gaúcha é de longe a mais moderna da marca no país e a de maior produtividade, portanto a mais capaz de agregar os avanços tecnológicos que a montadora pretende implementar.
O anúncio oficial está previsto para o dia 11, na unidade de Gravataí. O foco não deve estar no aumento da capacidade - a unidade gaúcha tem ociosidade neste momento -, mas na modernização dos produtos. Até agora, o investimento mais robusto da atual temporada é o da Stellantis, que aplicou R$ 13 bilhões só nas unidades de Goiana (PE).
Aguardado desde a etapa anterior, o plano de fazer um SUV do Onix está entre as possibilidades da GM de Gravataí. O presidente da GM para a América do Sul, Santiago Chamorro, já avisou que modelos como o Onix passarão por grandes mudanças no próximo ciclo. O sucesso de vendas do modelo hatch já provocou sua extensão para um sedã médio e agora pode, enfim, ampliar a família.
Como a GM tinha planos ambiciosos de adoção de veículos elétricos, também existe essa expectativa para Gravataí, igualmente vinculada ao maior nível tecnológico da planta gaúcha. Essa possibilidade, no entanto, depende do grau de resolução da montadora para os problemas globais enfrentados com suas tecnologia de módulos de baterias Ultium e com o software para carregamento dos veículos.
Assim como toda a indústria automotiva, a GM enfrentou uma fase difícil no Brasil. As vendas caíram na pandemia, que ainda resultou em escassez global de chips. Como a montadora já usava mais eletrônica embarcada, com sua OnStar, sofreu mais do que a média nesse período.
No Brasil, chegou a fechar acordos de demissão voluntária com cerca de 1 mil funcionários no país., mais concentrados nas três unidades paulistas - em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.
No Brasil, a nova fase de investimentos de montadoras já soma R$ 70 bilhões, entre os R$ 40 bilhões anunciado antes do megaprojeto de R$ 30 bilhões da Stellantis. Mas é bom lembrar que essa montanha de recursos vem de um conglomerado com cerca de 15 marcas, como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM.