A negociação da fusão de duas petroleiras brasileiras com acionistas e executivos gaúchos foi bem sucedida. A aprovação ocorreu na quinta-feira (16), em reunião conjunta dos conselhos de administração.
Pelo acordo, as ações da Enauta serão absorvidas pela 3R Petroleum Óleo e Gás, que tem participação das famílias Gerdau e Grendene. Conforme o termo, a fusão vai permitir ganhos de sinergia de US$ 1,5 bilhão. O resultado será uma "corporation", ou seja, uma empresa com ações negociadas na bolsa de valores, sem controlador definido.
Como a coluna já havia relatado, Entre os acionistas da 3R estão a Gerval (family office dos Gerdau) e a família Bartelle, além da Starboard (assessoria financeira especializada em situações especiais). Um dos integrantes de seu conselho de administração é o gaúcho Harley Scardoelli, que foi diretor financeiro da Gerdau. Os donos da Enauta são Jive, Bradesco e a família Queiroz Galvão.
O gaúcho Décio Oddone, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que presidia a Enauta, será o principal executivo da 3R. O conselho será formado por Harley Lorentz Scardoelli, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, Rogério Paulo Calderón Peres, André Marcelo da Silva Prado, Ricardo de Queiroz Galvão, Mateus Tessler Rocha e Matheus Dias de Siqueira.
A 3R tem campos de exploração de petróleo na Bahia e no Rio Grande do Norte. Mesmo em mercado dominado pela Petrobras, empresas independentes cresceram com leilões para explorar petróleo. No mercado, a expectativa de que a fusão entre Enauta e 3R abra caminho para uma consolidação dessas pequenas petroleiras.
A produção potencial da combinação passa de 100 mil barris de óleo equivalente com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos e reservas de cerca de 700 milhões de barris. A perspectiva é de que, em 30 dias, seja possível fazer a diligência (verificação dos dados de cada uma das empresas) e fechar o acordo.