A indicação de Pedro Capeluppi como secretário da Reconstrução Gaúcha, feita nesta sexta-feira (17) é simbólica por vários motivos. Em primeiro lugar, é um técnico, como frisou o governador Eduardo Leite, um servidor federal de carreira da Secretaria do Tesouro cedido ao governo do Estado. Em segundo, não é um gaúcho.
Então, o primeiro risco que sua indicação afasta é o de politização da reconstrução, aberto pela indicação de Paulo Pimenta - pré-candidato ao governo do Estado - como ministro extraordinário de Reconstrução. Não haverá disputa de egos, também frisou Leite.
Outro risco que fica menor com um servidor do Tesouro também foi mencionado por Leite na apresentação, ao dizer que a necessária flexibilização da burocracia não significará "liberou geral". O tamanho das necessidades do Rio Grande do Sul exige absoluta vigilância para aplicação de recursos, não só para não haver desvios intoleráveis mas também na preservação da racionalidade nas decisões.
O fato de Capeluppi ter experiência na Secretaria de Parceria e Concessões também afasta riscos de o trabalho ser feito apenas sob a perspectiva pública. Nem a União, nem o Estado sozinhos vão dar conta do trabalho, tanto em volume de dinheiro quanto em planejamento e estruturação de projetos.
Esse será um grande desafio para Estado e União, para o qual podem contribuir BNDES e instituições multilaterais como Banco Mundial, Banco Interamericano do Desenvolvimento, CAF, "banco dos Brics". Não apenas com financiamento, mas com expertise de montar e acompanhar grandes projetos de infraestrutura.
A coluna repete um trecho da entrevista de Claudio Frischtak, considerado um dos maiores especialistas em infraestrutura do Brasil, que estimou as necessidades só para esse segmento entre R$ 70 bilhões e R$ 90 bilhões:
— É preciso que o governo do Estado estabeleça uma estrutura de governança. É preciso olhar onde funcionou e onde não funcionou. Temos um déficit de governança muito grande no país, falo isso há anos. Fizemos uma análise de recursos do PAC, que não foi muito popular na Casa Civil (do governo federal), porque apontamos muito desperdício.
PARA LEMBRAR: na urgência e na reconstrução, será necessária toda a ajuda disponível e mobilizável, por menor que seja. Se for grande, melhor ainda. Se puder, por favor, contribua. Saiba como clicando aqui