O South Summit 2024 trouxe novas conexões e investimentos ao ecossistema gaúcho de inovação. No entanto, para Kadígia Faccin, responsável pela elaboração da pesquisa Mapeando a Governança: Percepções sobre a Maturidade do Ecossistema Gaúcho de Startups, ainda é preciso maior coordenação e colaboração entre agentes do setor para que o Rio Grande do Sul assuma maior protagonismo nesse mercado.
O estudo, realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral, indica que as startups gaúchas apresentam média de maturidade de 8,75. O ecossistema de inovação é considerado moderadamente maduro. Segundo Faccin, os índices são positivos e mostram o potencial empreendedor do Estado, especialmente em relação a capital humano e infraestrutura.
Além de ser o berço de mais de mil startups, o Rio Grande do Sul é sede de 11 dos 43 parques tecnológicos e científicos do Brasil e de 29 das 363 incubadoras de startups espalhadas pelo país, aponta a pesquisa.
— Os números são bons, têm evoluído. O Rio Grande do Sul se coloca, em alguns rankings, como o Estado mais inovador do Brasil. Mas em termos de governança, de estrutura de inovação, essa percepção não está chegando para todo mundo, o que pode fazer o Estado perder a oportunidade de continuar nesse crescimento — afirma Faccin.
Segundo a pesquisadora, infraestrutura de qualidade de vida para atrair talentos e investidores e mapeamento de objetivos e resultados de forma colaborativa são os principais desafios para o desenvolvimento sustentável do mercado de inovação no Rio Grande do Sul.
— Em termos de governança, é difícil alinhar interesses, criar indicadores e mensurá-los. Estamos falando de um plano de desenvolvimento territorial, uma agenda, que coloca a inovação no centro do processo. Seria um grande ganho para o Estado — diz Faccin.
De acordo com o estudo, o índice de governança do Rio Grande do Sul é de 6,13. Faccin aponta que a solução para melhorar essa avaliação deve ser conjunta.
—A inovação é o motor que move o mundo. O enfrentamento dos grandes desafios da sociedade depende disso. Quanto mais perto do fomento à inovação estivermos, mais fácil será o processo de desenvolvimento do Rio Grande do Sul - recomenda Faccin.
*Colaborou João Pedro Cecchini