Construtora que desembarcou em Porto Alegre há pouco mais de um ano, a Plaenge está de olho no céu. Mas não para contemplar a altura de seus prédios, mas com a intenção de garantir que resistam às mudanças climáticas.
Conforme o superintendente regional, Rodrigo Martins, a empresa já adota hoje métodos construtivos capazes de dar segurança, mas diante das tempestades cada vez mais severas está negociando com fornecedores para obter uma camada extra de resistência.
A empresa que nasceu em Londrina (PR), especificamente para construir fábricas da Coca-Cola, hoje tem foco em quatro grandes cidades – Porto Alegre, São Paulo, Campinas e Santiago do Chile. Segundo Martins, a experiência de 15 anos no Chile, onde há exigências maiores devido à ocorrência de terremotos, ajuda na preparação:
— Hoje já temos uma oferta compatível com as condições climáticas, mas já estamos planejando o próximo ciclo, para ser entregue em três ou quatro anos, porque há risco de intensificação dos fenômenos meteorológicos.
Até agora, a capital gaúcha tem se mostrado mais desafiadora nessa questão, afirma. Outro equipamento com o qual prédios têm sido entregues são geradores, detalha, "dada a fragilidade do fornecimento de energia e a demanda recorrente por alternativas".
Embora a construção de unidades industriais marque os 54 anos da empresa - período no qual ergueu 60% das fábricas da Coca-Cola no país - hoje o segmento imobiliário responde por 95% das atividades. Uma das diferenças na atuação da Plaenge, relata Martins, é a entrega de apartamentos completos, com revestimentos, portas, mobiliário básico nos banheiros.
Isso não é usual no segmento de alto padrão de Porto Alegre, que aposta na customização dos ambientes depois da venda. Segundo Martins, a grande maioria dos clientes vê a diferença como valor, mas admite que já provocou estranhamento, inclusive porque seu metro quadrado é mais caro do que o médio do segmento, exatamente porque já tem acabamento.
Martins diz que 2023 "foi bom", apesar de não ter sido fácil, com desemepenho acima do esperado. Neste ano, a perspectiva é lançar três ou quatro projetos em Porto Alegre, e mais para a virada para 2025, um condomínio fechado em Xangri-lá.