Vinte dias depois do "apagão" que deixou clientes da Enel por mais de uma semana em São Paulo, o principal executivo da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, deixou o cargo.
Oficialmente, trata-se de uma aposentadoria, depois de 32 anos de trabalho na empresa italiana e desde 2018 no Brasil. Mas o curioso é que haverá um interino na empresa, o que não costuma ocorrer em processos bem ajustados de sucessão.
Ainda quando cerca de 2,5 milhões de lares estavam sem abastecimento por mais de dois dias, Cotugno se recusou a pedir desculpas aos clientes. Alegou que a culpa era da tempestade, não da empresa. O episódio acabou dando combustível à indignação de quem enfrentava perdas por falta de refrigeração e dificuldades até para trabalhar por falta de eletricidade.
Depois da interinidade, Cotugno será substituído por Antônio Scala, que atua na Enel há 18 anos. No mercado, o "apagão" é visto como a pá de cal para a saída de Cotugno, que já havia ficado exposto pela CPI na Enel que já havia sido criada na época das dificuldades.