A Serra ganha neste mês uma nova atração turística enogastronômica. Localizada em Farroupilha, na divisa com Pinto Bandeira, começa a operar no próximo dia 20 a Vinícola Monte Astral. Terá produção biodinâmica, com intervenção mínima na produção, respeitando os ciclos naturais.
Cada tipo de uva é cultivado seguindo práticas ancestrais, com respeito às estações, fases da lua, posições das constelações e equilíbrio da biodiversidade, mas tecnologia atual.
A iniciativa é do casal Paulo Cesar e Fernanda Rutzen, com participação de um grupo societário. A aposta é unir sustentabilidade, tecnologia e exclusividade. Em 2017, Paulo Cesar adquiriu a propriedade, e, com Jefferson Sancineto Nunes, agrônomo e enólogo da Monte Astral, iniciou a preparação do solo, fazendo o primeiro plantio em setembro de 2018, no equinócio de primavera.
— Mais do que uma técnica ancestral, a biodinâmica é uma filosofia de vida, que inspira conexão mais profunda com o planeta e desperta a consciência para a harmonia entre todos os elementos. Cada ação nossa, desde a poda até a colheita, ressoa através dos ciclos naturais e cósmicos, resultando em vinhos de qualidade excepcional. Além disso, é um compromisso com a preservação e regeneração da terra para as gerações futuras — afirma Paulo Cesar Rutzen.
Com a natureza como guia, a vinificação biodinâmica resulta em bebidas que mudam a cada ano, conforme os ciclos de frio e calor, chuva e seca, sem sabor padrão e "entregando na garrafa o que a natureza entrega no terroir", como caracteriza Fernanda Zen Rutzen:
— Tende a resultar em sabores mais ricos e distintos. Cada garrafa é uma cápsula do tempo, contando a história da estação, do momento cósmico e do esforço dedicado em cada etapa do processo.
Integrado à propriedade estará o restaurante Ostara, que abre ao público a partir de 20 de outubro. Sua proposta será "experiência gastronômica sulista", estabelecendo também contato com a natureza local. O cardápio leva a assinatura dos chefs Felipe di Sicca e Raphael Dittrich. O projeto é da arquiteta Lisiara Camargo Simon, com portfólio de trabalho alinhado a questões ambientais.
A estrutura com base em madeira engenheirada, de reflorestamento, da startup Noah, também incorpora o conceito da economia circular, com montagem rápida que resulta na geração de poucos resíduos na obra.
*Colaborou Mathias Boni
