A água que sobra no Rio Grande do Sul - sem perspectiva de normalização, o que acentua a necessidade de ações preventivas urgentes -, falta na Amazônia.
Além de provocar acidentes inusitados, com o fenômeno das "terras caídas", a situação embute riscos econômicos: distribuição de produtos para o final de ano e o abastecimento de energia no país.
Como fica evidente pela imagem acima, o baixo nível dos rios da Amazônia dificulta a navegação. E a região concentra, na Zona Franca de Manaus, grande produção de eletrônicos, que costumam ter vendas elevadas no final de ano. Essa situação, conforme a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), já encarece o frete e aumenta o prazo de entrega.
E é nessa época que começam a ser formados os estoques para as vendas de final de ano. Se não for possível transportar - com custo e prazo regulares - a produção da Zona Franca, há risco de impacto no comércio, seja por escassez, atraso ou elevação de preço. Uma alternativa de transporte aéreo, por exemplo, encareceria os eletrônicos.
Não bastasse essa ameaça, há outra, com risco de impacto no setor elétrico. A hidrelétrica Santo Antônio já foi desligada por baixa vazão no Rio Madeira, como informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Em nota, o órgão atribui a parada a "condições adversas hidrometeorológicas vivenciadas na Região Norte do País, que inviabilizam a operação segura e eficiente do empreendimento". E também foi preciso desligar a linha de transmissão que conecta essa usina e a de Jirau ao Sudeste. Conforme o ONS, O "o abastecimento de energia em todo país está garantido". Oremos.