Uma pesquisa da Associação Riograndense de Propaganda (ARP) sugere que, dependendo do segmento, o etarismo - discriminação por idade - começa mais cedo do que se imagina.
O levantamento, feito em parceria com Aamaros Consultoria e [Ox]igênio Lab, aponta que profissionais acima dos 42 anos são considerados "ultrapassados e resistentes a mudanças" no Rio Grande do Sul.
Na publicidade, novidades são muito valorizadas, mas nem só jovens são capazes de "entregar" trabalhos contemporâneos. Mais da metade dos profissionais acima de 42 anos revelou já ter sofrido etarismo no trabalho, e apenas cerca de 6% são os que acreditam ter papel importante na promoção da inovação.
Na contramão dos estereótipos ligados à idade, sete em cada 10 profissionais disseram valorizar as trocas entre gerações no âmbito profissional. Esses entrevistados também consideram a diversidade como o diferencial mais importante em uma agência ou empresa de publicidade que deseja melhorar seu desempenho e atratividade para os publicitários dessa faixa etária.
Além disso, revelaram estar trabalhando para se manter atualizados com as novas tecnologias e, para isso, contam com o auxílio dos mais jovens. Com essa troca, 75% dos participantes da pesquisa acreditam assimilar as inovações com facilidade.
A pesquisa, que coletou informações de profissionais gaúchos em atuação no mercado de trabalho entre abril e agosto, revelou o desejo dos profissionais de que exista mais integração entre gerações e maior valorização da chamada "maturidade alta", conceito que aponta a experiência como ativo humano, capaz de embutir inteligência emocional mais apurada.
Para a líder de estratégia do levantamento, Adriana Amaro, e a de pesquisa, Maria Carmencita Job, tratar sobre etarismo também envolve um debate relevante sobre a diversidade. As duas reforçam que profissionais de mais de 42 anos acreditam que a "empresa do futuro" precisa se tornar mais acolhedora, plural, integrada e agregadora.
* Colaborou Mathias Boni