A "prioridade a concessões e PPPs" apontada pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, surpreendeu positivamente Cláudio Frischtak, fundador e diretor Inter.B, que está em contato direto com potenciais investidores, especialmente em infraestrutura. Mas a falta de definição sobre a governança do pacote vistoso do Novo PAC preocupa.
— O chamado a concessões e PPPs é um ponto que teve potencial mudança. Não se sabe ainda como vai funcionar, mas PAC 1 era quase 100% governo, o 2 era híbrido com forte viés público, e agora a afirmação de que concessões de PPPs terão prioridade pode sinalizar que é importante para o governo se alicerçar em investimentos privados —afirmou Frischtak, cheio de cautela nos trechos destacados pela coluna.
Mesmo nesse caso, pondera, é muito cedo para prever que haverá interesse.
— É muito difícil fazer uma avaliação por conta da complexidade e da abrangência do programa, sem contar a óbvia restrição fiscal para investimentos públicos, porque o arcabouço ainda não foi aprovado, e não se sabe que espaço vai haver.
Frischtak argumenta que tudo vai depender da governança da proposta que, na sua avaliação, "não está clara":
— Olhando para trás, a maior fragilidade dos PACs anteriores foi a governança. Como não foram bem administrados, geraram milhares de paralisadas, atrasadas ou com sobrecustos. Então, o grande desafio não é tanto o valor da proposta, mas a boa governança, a priorização correta e a boa execução dos projetos.
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