A casa do "dragão gaúcho" Hector, em Gramado, tinha mesmo plano de espalhar unidades pelo país, mas foi surpreendida, no final de dezembro passado, por uma "filial" aberta sem que os sócios tivessem conhecimento.
— Soubemos quando as pessoas começaram a postar fotos dizendo que o Hector havia chegado a Fortaleza — relata William Weber, CEO da Marva Hector Dragão e "dreamer of experience" (sonhador da experiência) do negócio personificado pelo mago dragão.
Ao buscar informações sobre a Pizzaria Elliot, na capital cearense, descobriu que a fachada copiava a de Gramado, e que até os textos nas paredes repetiam os trechos existentes na casa gaúcha. Na época, detalha Will, como o executivo é conhecido, havia negociação para abertura de uma unidade em Fortaleza, que foi vítima do feitiço da desaparição.
O antídoto não foi nada mágico: a Hector entrou com ação judicial, sob acusação de plágio. Nesta semana, obteve liminar da 2ª Vara Judicial de Gramado que proíbe o uso da marca copiada e determina a retirada do letreiro da Elliot, sob pena de multa diária de R$ 10 mil até o limite de R$ 300 mil. Também determina a exclusão de todas as publicações em redes sociais com o nome e o logo copiado - o que, segundo Will, já começou a ocorrer.
— Hoje a gente entende que precisa parar essas conversas (sobre abrir um Hector em Fortaleza) e esperar um bom período, ao menos um ano, porque nossa marca foi de certa forma diminuída porque alguém fez uma coisa semelhante lá — lamenta.
A partir desse episódio, diz o empreendedor, está ligado o detector de novas eventuais réplicas não autorizadas do dragão mágico. O Escritório Brunetto & Christ Advogados Associados é a banca de advogados da Hector que vai conduzir uma ofensiva de segurança para todas as marcas. Enquanto prepara o escudo contra pirataria, pausou o processo de expansão. Agora, se houver feitiço de duplicação, vai virar contra o feiticeiro.