A convite da Young Global Leaders (YGL), formada por cerca de 600 executivos de grandes companhias, integrantes de casas reais, líderes de ONGs, personalidades do esporte e até celebridades, o governador Eduardo Leite participa, nesta segunda-feira (16), do Fórum Econômico Mundial, em Davos. A YGL foi criada por Klaus Schwab, fundador do evento anual no centro de esqui da Suíça.
Uma das agendas do Estado é questão climática, que domina a programação de 2023 de forma ainda mais acentuada do que em anos anteriores. E diante do episódio de barbárie em Brasília há apenas nove dias, Leite também terá de sustentar a segurança institucional do Brasil diante da perplexidade global - está também terá de ser a principal mensagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que representa o governo brasileiro.
Colado ao tema ambiental, o tópico número 1 da agenda de Leite em Davos envolve contatos com potenciais investidores para o desenvolvimento de hidrogênio verde no Estado, iniciado ainda em 2021. Depois da crise energética provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o apetite dos europeus por esse tipo de projeto só aumentou.
O governador levou material produzido pela equipe técnica para apresentar oportunidades de negócio no Estado. Embora já existam projetos mais avançados no Nordeste, especialmente focados na exportação do combustível "puro", no Rio Grande do Sul têm avançado projetos de obtenção do hidrogênio verde combinados à produção de fertilizantes, como o previsto para Vale Verde, perto de Santa Cruz do Sul. Previstas para começar neste mês, as obras atrasaram e devem ser iniciadas até o final de fevereiro.
A ambição do Estado, como já relatou à coluna o atual secretário da Casa Civil, Artur Lemos, é transformar o hidrogênio verde no de cartão de visitas do Estado na jornada para a neutralização de carbono.
Todas as "cores" do hidrogênio
É claro que, fisicamente, o hidrogênio é um gás que, como a água, não tem cor, cheiro ou sabor. O que garante o "apelido" cromático é a forma de obter esse gás. Tudo começa com um processo conhecido como eletrólise, que exige grande quantidade de água e eletricidade. A classificação do hidrogênio por cor depende da fonte de energia.
Verde: produzido com fontes de energia limpas e renováveis, como eólica e solar.
Cinza: feito com origem fóssil, como petróleo, gás natural e carvão.
Azul: quando é obtido de fontes fósseis, mas inclui captura e armazenamento de carbono.
No caso do "verde", já expectativa de que seja fonte de energia para veículos, mas também pode ser usado para alimentar prédios e unidades industriais, assim como para calefação, essencial no inverno do Hemisfério Norte.