Se a humanidade já se envolveu na corrida do cobre, do ouro e do petróleo, agora a vez é a do hidrogênio verde. Apontado como "combustível do futuro", por enquanto pertence a esse tempo que ainda não chegou, mas o Rio Grande do Sul quer acelerar o passo no desenvolvimento dessa tecnologia.
Nesta terça-feira (14), assina memorando de entendimentos com a White Martins, grande produtora de oxigênio, para desenvolver uma planta-piloto em Rio Grande.
Conforme Artur Lemos, chefe da Casa Civil, a ideia é começar um estudo para produzir hidrogênio verde a partir de água doce de alguma laguna próxima do porto. É possível obter a partir de água salgada, mas a dessalinização eleva o custo. A produção desse ouro verde depende de água e energia limpa em abundância. Isso significa, segundo Lemos, que não pode se originar em fonte fóssil.
A expectativa é usar energia renovável de parques eólicos já licenciados nas proximidades do porto, combinados à geração solar, para garantir suprimento 24/7. A produção é baseada em um processo chamado eletrólise, que separa os dois elementos da água (H2O, lembra?), hidrogênio e oxigênio.
A White Martins se interessa pelo oxigênio, que é seu principal produto. Conforme o secretário, o Rio Grande do Sul tem uma matriz elétrica (geração de eletricidade) limpa, mas a energética (que inclui a frota) ainda depende muito de petróleo, especialmente no transporte de cargas e de passageiros.
Esse seria o papel do hidrogênio verde: o de cartão de visitas do Estado para efeito de neutralização de carbono. A partir desta terça-feira (14), diz Lemos, começam os estudos de mercado e de tecnologia, que têm prazo estimado de 12 meses. Além da White Martins, outras empresas estão interessadas no projeto, afirma, com a Yara, que tem um projeto de uso de amônia como combustível de navios.