No último dia do ano, a coluna registrou a perda de US$ 700 bilhões em valor de mercado da Tesla, a fábrica de carros elétricos de Elon Musk. O número causou muitas dúvidas: é "bilhões", mesmo? E Musk perdeu mesmo isso tudo?
A agência de notícias financeiras Bloomberg, que tem um ranking sempre atualizado dos mais ricos do mundo, fez as contas: a perda líquida de Musk com suas próprias peripécias ao longo de 2022 foi de US$ 200 bilhões - sim, com "b" de bola e em dólares.
Ainda conforme a Bloomberg é a primeira pessoa na história a "perder" tamanha fortuna. Em novembro, sua fortuna era estimada em US$ 341 bilhões. No final de dezembro, caiu para US$ 137 bilhões. A coluna usa perder com aspas porque essas avaliações são feitas com base no valor de mercado das empresas (número de ações multiplicado pelo valor atual). Se ocorrer uma recuperação rápida, a "perda" acaba não se realizando.
Como a coluna observou, a principal causa da queda foi o derretimento de 68% nas ações da Tesla. A empresa encolheu US$ 700 bilhões - sim, com "b" de bola e em dólares - em valor de mercado. Só é compreensível levando-se em conta de que, em janeiro de 2022, seu valor de mercado alcançou US$ 1,24 trilhão - patamar em que só figuram big techs como Apple (US$ 2 trilhões) e Alphabet (Google, US$ 1,14 trilhão), entre outras.
Ironicamente, a aventura da compra do Twitter "abateu" as perdas de Musk com a Tesla. Para ajudar a bancar o pagamento de US$ 44 bilhões pela rede social, o bilionário vendeu cerca de US$ 23 bilhões em ações da fabricante de carros, reduzindo sua fatia na empresa.
Com as perdas da Tesla, a maior fatia da fortuna de Musk passou a ser a da SpaceX, que tem projetos conjuntos com a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. Esse negócio é avaliado hoje em US$ 125 bilhões - menos do que os atuais US$ 385,9 bilhões da Tesla -, mas com maior fatia do bilionário. Não precisa ficar com peninha de Musk.