Prevista para esta quinta-feira (29), a definição do comando da Petrobras foi adiada - deve ser anunciada amanhã -, mas mesmo assim houve flutuação das ações da estatal com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O que provocou a reação do mercado foi um comentário de Lula sobre a suposta prorrogação da isenção de impostos federais sobre gasolina, diesel e gás de cozinha - a coluna ainda está checando a informação.
Ao dizer que a desoneração de tributos - falou em "ICMS", embora não seja o caso -, Lula lembrou da queda no valor do barril de petróleo em relação à época da medida - de US$ 122 para US$ 84 - e disse que bastava que "a mesma caneta" que fez o preço interno subir assinasse a redução. As ações da estatal, que pela manhã tinham desempenho melhor do que o Ibovespa, em terreno positivo, passaram a trafegar no vermelho. No meio da tarde, enquanto a bolsa recua 0,34%, os papéis da estatal perdem 1,4%.
Analistas entenderam que a declaração de Lula reforça sua intenção de "abrasileirar" o preço dos combustíveis, como afirmou durante a campanha. Isso significaria disposição de mudar a atual política de preços da estatal, já bastante flexibilizada ao longo dos últimos meses. O nome do senador Jean-Paul Prates (PT-RN), considerado certo para o comando da estatal, provocou queda nas ações da Petrobras assim que foi especulado, logo depois da eleição de Lula. O mesmo havia ocorrido depois da indicação do atual presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, em maio passado., quando os papéis chegaram a cair mais de 4%.