Haverá grande surpresa, no mercado financeiro e entre empresas de consultoria, se o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fizer qualquer mudança na taxa Selic na reunião que começou nesta terça-feira (25) e termina no final da tarde de quarta-feira (26).
A retomada do sinal positivo na prévia da inflação divulgada nesta terça-feira (25) pelo IBGE estava prevista. Veio ligeiramente acima das expectativas mais frequentes, com a alta inesperada de 28,2% das passagens aéreas, mas não chegou a ser um choque.
Para Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, "o risco maior é de deterioração do cenário fiscal ou do cenário externo, mas o Banco Central tem graus de liberdade para aguardar". Segundo o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, "o BC deve se mostrar vigilante, sobretudo porque ainda existem alguns pontos de atenção que podem pressionar a inflação".
As especulações do mercado, agora, se concentram sobre quando o Copom poderá começar a reduzir o juro básico, ou seja, no novo ciclo de baixa. As apostas se concentram em junho de 2023. A elevação de taxas de referência em outros países deve se concentrar até o final deste ano mas pode ter ajustes também no próximo.
A equipe do Terra Investimentos prevê que "o mercado seja menos condescendente em relação ao tema fiscal a partir de novembro". Por isso, projetam que, na reunião do Copom de dezembro "a questão fiscal já tenha apresentado alguma evolução; caso contrário, pode haver necessidade de ajustes na estratégia de médio prazo do Banco Central".
Como a coluna já mostrou, o Brasil tem a segunda maior taxa básica de juro do G20, com 13,75%, atrás apenas da Argentina, com 75% ao ano. Na faixa acima de dois dígitos, só aparece ainda a Turquia, com 10,5%, no ranking da Trading Economics (para checar, clique aqui).