A Grendene, fundada em Farroupilha em 1971, e hoje uma das maiores produtoras de calçados no mundo, alcançou receita bruta de R$ 909,7 milhões no terceiro trimestre, 11,2% acima de igual período do ano passado. O lucro líquido recorrente foi de R$ 198,5 milhões, alta de 45,5% em comparação ao intervalo de julho a setembro de 2021.
O volume de pares vendidos avançou 0,7%, para 44,3 milhões. Os produtos da Divisão 1 (todas as marcas - Grendha, Zaxy, Rider, Cartago, Ipanema, Pega Forte e Grendene Kids -, exceto Melissa) tiveram o melhor terceiro trimestre da história da companhia, e o segundo melhor trimestre dos últimos oito anos em volume.
— Tivemos resultado muito positivo, mesmo diante de cenário desafiador, com inflação, juro e endividamento elevados e incerteza no campo político. Mas conseguimos crescer, principalmente no mercado interno, onde a receita bruta cresceu 11,8%. No mercado externo, o crescimento foi de 8,5% — detalha Alceu Albuquerque, diretor de relações com investidores da Grendene.
Apesar do aumento de 59% no fluxo de pessoas acessando seu e-commerce em relação ao terceiro trimestre de 2021, as vendas online ainda representam apenas 2% do total da empresa no mercado interno. A Melissa alcança 8,2%.
— Começamos um pouco atrasados, até pouco tempo antes da pandemia o e-commerce era gerido por uma parceira. Internalizamos a gestão, e cada marca tem loja digital independente. Projetamos chegar entre 10% e 15% do total no médio prazo — reforça o diretor.
A receita de venda dos calçados da marca Melissa subiu 12,7% no trimestre. No período, o preço/par avançou 21,6%, com ajuda do desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, como o Melissa Free, que tem parte produzida a partir da cana-de-açúcar, com material mais leve e sustentável.
A marca tem uma rede de franquias que soma 389 lojas. Por meio do Bergamotta Labs, centro de inovação da Grendene no Instituto Caldeira, do qual foi uma das fundadoras, foi desenvolvido o Spot Melissa, quiosque de venda de calçados por autoatendimento.
— As principais despesas das franquias da Melissa hoje são aluguel e funcionários, então com esse modelo em que o consumidor compra de forma autônoma, faz o pagamento e o pedido é entregue na casa dele, eliminamos esses dois custos — acrescenta Albuquerque.
O último trimestre costuma ser o mais forte do ano para a Grendene, o que cria expectativa de fechar 2022 com resultado ainda melhor, diz o executivo.
* Colaborou Mathias Boni