Com operação em Porto Alegre desde 2021, administrando apartamentos no bairro Menino Deus, a startup Charlie subiu a aposta na capital gaúcha: neste mês, passa a operar dois novos empreendimentos: um prédio da Cyrela no bairro Mont’Serrat e um hotel renovado na Avenida Duque de Caxias, no Centro Histórico.
Fundada em julho de 2020, em São Paulo, essa proptech (conceito formado pelo termo inglês property technology) oferece serviços para inquilinos, proprietários e incorporadoras, além de também fazer a gestão e operação de hotéis.
No Lucas by Yoo, na Rua Fabrício Pillar, o Charlie vai gerir uma centena de apartamentos que já começaram a receber hóspedes. É uma parceria com a construtora Cyrela, que oferece aos investidores dos seus novos prédios a possibilidade de contratar também esse serviço. Na Duque, reformou um prédio que abrigava um hotel.
— Vemos esses novos prédios para investidores com grande sucesso, e, ao mesmo tempo, prédios tradicionais em ótimas localizações, como muitos hotéis, performando mal ao longo do ano. Na Duque de Caxias, houve revitalização por dentro e por forma, e os apartamentos deixaram de ter configuração de quarto de hotel para se adaptar a uma moradia mais completa — destaca Allan Sztokfisz, um dos sócios do Charlie.
Allan e Flávio Ghelfond, o outro sócio, tinham experiência no mercado hoteleiro. Com o crescimento de novos modelos de hospedagem, mais adaptados a diferentes necessidades de duração e serviços, viram uma oportunidade na conexão com o mercado imobiliário.
— Por um lado, há demanda crescente por novos formatos de locação por temporada, mais flexíveis. Por outro, mais prédios voltados a investidores, que carecem de gestão profissional que efetivamente cuide desse ativo. Fazemos reforma, decoração, atendimento ao hóspede, manutenção, limpeza, definição do valor do aluguel e outros serviços que o proprietário tem dificuldade de fazer por conta própria — define Allan.
Com os lançamentos mais recentes, a startup passou da centena de imóveis sob gestão em Porto Alegre, quer ao menos duplicar esse número até o final do ano, quando as novas operações estiverem consolidadas. Com pouco mais de dois anos de operação, a empresa tem cerca de R$ 600 milhões em ativos administrados no Brasil, por meio de 26 parcerias com incorporadoras nacionais em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife.
* Colaborou Mathias Boni