Havia expectativa de ajuste nas previsões do PIB deste ano, depois da nova "boa surpresa" no indicador, que acumula alta de 2,5% no primeiro semestre. Afinal, a expectativa mais frequente no Boletim Focus, do Banco Central (BC), era de 2,1% até a semana passada.
Nesta segunda-feira, a publicação do BC baseada em estimativas de uma centena de bancos, instituições financeiras e consultorias econômicas, mostrou elevação na aposta mediana (mais frequente), de 2,1% para 2,26%, ainda sem alcançar sequer a alta já acumulada nos dois primeiros trimestres, de 2,5%.
Em tese, isso significaria que o mercado vê risco de um trimestre negativo. Como o terceiro caminha para o final sem esse sinal, seria o quarto, de outubro a dezembro. A coluna consultou dois economistas que têm acertado em seus prognósticos. Ambos dizem que pode haver perspectivas de queda no PIB do último trimestre, mas não duvidam de uma causa mais banal: atraso na atualização dos sistemas.
— Alguns economistas estão estimando variação negativa no PIB no quarto trimestre, mas acredito que o crescimento no ano será próximo de 2,8% com alta de 0,9% no terceiro e de 0,4% no quarto — avalia Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra.
— Há certa preocupação com o quarto trimestre, mas também atraso na atualização. As projeções devem melhorar nas próximas semanas, à medida que os economistas atualizem os cenários — afirma André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton.