Poucos hotéis têm o privilégio de se localizar bem ao lado de um patrimônio histórico da humanidade. É o caso do Tenondé Park Hotel, que fica a poucos metros de distância das ruínas do sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul.
O sítio foi oficialmente reconhecido pela Unesco em 1983, e é até hoje o único local com essa distinção no sul do Brasil. O Tenondé (palavra que significa "primeiro" ou "líder" em guarani) foi inaugurado em 2000 para incentivar o turismo da Região das Missões. Há 10 anos, foi comprado pelo Grupo Redemaq, que reforçou a missão de valorizar a história e a cultura missioneira.
— Nosso ramo é o agronegócio, mas compramos o hotel para ajudar a divulgar e difundir a cultura, a história e a arte missioneira da nossa região. Estamos ao lado de um patrimônio histórico da humanidade, o único do Estado e de todo o Sul do Brasil, e as pessoas precisam conhecer mais a importância e a beleza desse local — destaca Rita Pippi, diretora do Tenondé.
O hotel foi inteiramente desenhado sob inspiração direta na arquitetura barroco-missioneira, imergindo o hóspede em uma "experiência arquitetônica-cultural", expressa tanto na construção quanto na decoração interior, que retomam o estilo das casas da antiga redução jesuítica da primeira metade do século 18. Atualmente existem 75 quartos, divididos em acomodações para duas, três ou cinco pessoas, que podem receber 180 hóspedes, fazendo do Tenondé o maior hotel da região.
A cinco minutos de caminhada do sítio do patrimônio histórico, o hotel costuma ter boa taxa geral de ocupação, principalmente nas férias de verão e inverno, diz Rita. Fora da alta temporada, o que ajuda a garantir o movimento são os casamentos e eventos corporativos, que também aproveitam a proximidade com as ruínas das missões e os amplos salões do hotel.
Após o início da pandemia, Rita conta que uma parte do público também mudou. O Tenondé passou a receber mais gaúchos que hoje optam por fazer turismo também no próprio Estado.
— O começo da pandemia foi difícil, mas assim que reabrimos as coisas já começaram a melhorar, e hoje já estamos com ocupação média até melhor do que era antes. Parte do público mudou, e hoje recebemos mais famílias, pessoas que gostam de aproveitar nossa área externa, e muitos visitantes que antes gostavam de viajar mais para fora do Estado e do Brasil agora estão aproveitando para conhecer mais a própria região — explica.
Para aproveitar o seu amplo terreno, o Tenondé também oferece trilhas ecológicas, piqueniques e a prática de esportes nas quadras do hotel. Outra atração é o espetáculo de luz e som que ocorre diariamente nas ruínas, contando mais da parte da história do Brasil que determinou o surgimento das ruínas, paga à parte.
— Eram organizações com milhares de pessoas, com produção agrícola e outras atividades avançadas. Foi nas missões o primeiro ferro fundido em toda a América do Sul, em São João, a 40 quilômetros daqui. É uma história muito importante, que acabou em tragédia mas é muito rica e precisa ser valorizada, principalmente pelos gaúchos — observa a diretora.
A partir de outubro, a Gol terá voo direto de Guarulhos, em São Paulo, para o aeroporto de Santo Ângelo, a cerca de 50 quilômetros do hotel. A novidade deve ajudar a trazer mais turistas para a região, e contribuir para o Tenondé ajudar a contar a história e mostrar a cultura das missões para ainda mais pessoas.
Essa seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, podem mandar pelos e-mails marta.sfredo@zerohora.com.br e mathias.boni@zerohora.com.br, ou deixar aqui nos comentários.
* Colaborou Mathias Boni