Em Canguçu, a Fazenda Serra dos Tapes proporciona uma imersão na cultura milenar do cultivo de oliveiras e da produção de azeite. Além de conhecer a plantação, relativamente recente mas com crescente importância no Rio Grande do Sul, os visitantes podem acompanhar o processo que transforma a azeitona em azeite de oliva.
O projeto de cultivo e produção é liderado por Claudia Santos, nascida em Rio Grande e formada em Gastronomia. Apaixonada por azeite, decidiu se especializar com cursos nos Estados Unidos e na Espanha para complementar sua formação.
Em 2016, após comprar a fazenda em Canguçu com o marido, Jeronimo, implantou o primeiro pomar com cerca de 70 hectares. Hoje, a área total chega a 210 hectares, com cerca de 60 mil oliveiras.
— Ainda é uma cultura um pouco nova por aqui, mas estamos focados em fazer um produto de excelência no Rio Grande do Sul. Hoje, já aprendemos com outras escolas tradicionais produtoras de azeite e de cultivo de oliveiras pelo mundo, e conseguimos produzir aqui no Estado também um produto de alta qualidade — destaca Claudia.
A Fazenda Serra dos Tapes trabalha atualmente com duas marcas diferentes de produtos: a Pecora Nera, destinada exclusivamente ao e-commerce, e a Potenza, criada com foco no varejo. Ambas foram premiadas com a medalha de ouro no Concurso Mundial de Azeites de Nova York, um dos prêmios internacionais mais reconhecidos.
Para se certificar da qualidade do produto, Claudia inaugurou em 2021 na fazenda um lagar, local onde as azeitonas são processadas e transformadas em azeite. Assim, todas as etapas de produção podem ser realizadas no local. Além da produção própria, a fazenda presta serviços a outros produtores. Neste ano, sua segunda safra, atendeu 15 outras marcas, transformando-se no segundo lagar em processamento de azeite no Brasil.
Atualmente, o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 75% de toda a produção de azeite do país. Mesmo com essa proporção, Claudia acredita que essa cultura pode se fortalecer ainda mais no Estado.
— O azeite gaúcho está seguindo um pouco o caminho do vinho. Além do reconhecimento da qualidade do produto, o olivoturismo também tem se desenvolvido no Estado. Há curiosidade das pessoas, que estão mais interessadas em visitar os pomares, ver as paisagens, conhecer o processo de produção do azeite e degustar os produtos — afirma.
A fazenda oferece visitas guiadas, degustação de produtos, piqueniques em meio aos pomares e refeições completas, com pratos harmonizados com produtos locais. E Claudia criou uma outra proposta, que chama de Escola do Azeite.
— Os visitantes aprendem sobre a história do cultivo das oliveiras e da produção do azeite, conhecem o lagar, acompanham na prática as etapas de produção, fazem testes sensoriais e aprendem a identificar um bom azeite e a diferenciar as variedades — comenta a produtora.
Com o interesse tem crescido, os administradores planejam abrir uma hospedagem para que os visitantes tenham mais tempo para conhecer e apreciar essa atividade que já começa a fazer parte também da cultura gaúcha.
Serviço: a Fazenda Serra dos Tapes abre todos os dias, mas todas as visitas devem ser agendadas. A visita à fazenda custa em média R$ 20, e o passeio da Escola do Azeite sai por R$ 40. A cesta de piquenique, para duas pessoas, custa R$ 100, e o preço do passeio completo na fazenda, com todas as visitas e uma refeição, é de R$ 250.
Essa seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, podem mandar pelos e-mails marta.sfredo@zerohora.com.br e mathias.boni@zerohora.com.br, ou deixar aqui nos comentários.
* Colaborou Mathias Boni