O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
No mês em que celebra 91 anos, a Auxiliadora Predial mira a continuidade da expansão dos negócios imobiliários em Santa Catarina e no ABC Paulista. Com R$ 1,3 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV) em 2021, a empresa possui mais de 3 mil unidades no Rio Grande do Sul e na grande São Paulo e uma carteira com 9 mil imóveis locados no RS, 50 lojas (entre próprias e franquias) e mais de 1,3 mil colaboradores. O CEO, Ingo Voelcker, participa da história da empresa há 35 anos e comenta sobre a responsabilidade de gerir os bens de milhares de clientes, avaliados em mais de R$ 50 bilhões, atualmente.
Qual é o segredo da longevidade?
Mudança constante. O mundo muda e se não o acompanharmos, a empresa não sobrevive. São duas coisas importantes para gerar longevidade: a capacidade de captação e um certo conservadorismo financeiro. Isso porque vivemos em um mundo que tem surpresas, como a pandemia e a guerra, e a empresa precisa ter os pés no chão, para estar preparada e resistir
Em 35 anos qual o período mais difícil?
Foram dois. A pandemia foi um, porque em uma semana ninguém mais podia trabalhar fisicamente e tínhamos que garantir o serviço entregue para as pessoas. O outro foi o plano Collor, que sequestrou o dinheiro da poupança dos brasileiros e a empresa amanheceu com algo que valeria R$ 50 na conta. Ambos foram eventos bastante impactantes.
Com a inflação de hoje afeta os negócios?
Vivi na época em que a inflação superava 100% ao mês. Agora, com 10% ao ano, é positivo que isso gere tanta preocupação e enseje tantas ações para reduzi-la e não a deixar descambar. Não é fácil, mas tenho confiança que o país não voltará aos níveis do passado. Hoje, nesse processo inflacionário, temos cuidados com o caixa para arcar com a previsão de aumento da inadimplência. Tudo fica mais complicado e demanda preparação. No combate à inflação, o mercado de juros sofre elevação, o que gera dificuldade em financiamentos, mas parece que a incerteza faz com que pessoas busquem na aquisição de imóveis um investimento de segurança para atravessar esse momento mais conturbado.
Quais reflexos aparecem em maior escala?
No início da pandemia, os aluguéis tiveram redução muito forte. Pessoas desocuparam imóveis por diversas razões e houve redução de demanda. Muitas desocupações e poucas novas locações. O que ninguém esperava era o crescimento do mercado de compra e venda no mesmo período. Após três meses de pandemia, o mercado esquentou. Agora, com a pandemia acabando, inflação e juros elevados, percebe-se o contrário: redução na compra e venda e aumento na locação.
E as projeções para o futuro?
O nosso principal negócios é a administração de condomínios, seguido por aluguel e vendas. Vendas é algo, para a nossa história, bastante recente, começou há 15 anos. Hoje somos líderes em vendas no Rio Grande do Sul e montamos uma operação para vendas em Santa Catarina e no ABC paulista. Temos uma operação forte em condomínios aqui no Estado e depois na cidade de São Paulo e no ABC Paulista. Adquirimos uma empresa que era líder naquela região e operamos com a marca Neon. Agora, entramos com vendas e, com uma rede de franquias, abrimos, desde o ano passado, em Santa Catarina. Nos surpreendemos positivamente com o mercado de Santa Catarina. Hoje são esses os nossos focos de expansão: operação própria no RS, rede de franquias em SC e o ABC paulista.