Com a perspectiva otimista de elevar as vendas de veículo em 8% neste ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está envolvida em um esforço para reforçar a produção desses componentes para o Brasil.
Em conversa com um pequeno grupo de jornalistas nesta terça-feira (7), o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, afirmou que a expectativa das montadoras é de que o governo apresente uma proposta para atração de investimentos em semicondutores e outros insumos críticos, como a borracha até o final de julho.
Lima afirmou que a ambição do setor é ter produção "de todo o ciclo de semicondutores" no país. Advertiu que não se pode comparar essa produção a outros processos, porque é bastante específica. Para viabilizar o aumento na fabricação de semicondutores no Brasil, destacou, a demanda não pode ser "apenas local", embora a local seja "bastante significativa".
Lima havia afirmado que o desafio da indústria do setor no país neste momento não é demanda, mas produção. A coluna quis saber, então, se há sinais de normalização no abastecimento que amparem a projeção relativamente otimista de aumento nas vendas de 8%. O executivo respondeu assim:
— Acreditamos que sim. Conseguimos prever bem a fase inicial de dificuldades e que haveria melhora com o tempo. A grande interrogação era como a guerra na Ucrânia impactaria a produção. Nesse cenário, o que se percebe é uma melhora no fornecimento de insumos neste segundo semestre. E de que no segundo semestre de 2023, esteja tudo normalizado. Embora o problema de abastecimento persista até o final do ano, tem melhorado gradativamente.
No Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, Lima fez uma confissão aos jornalistas. Disse que, apesar de ser formado em Direito, sempre quis ser jornalista, até porque seu avô atuava na área, assim como seu irmão Célio Eduardo de Lima Leite, morto em 2016. E parabenizou a categoria pela data.