O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Com base nos conceitos de Biofilia e Neuroarquitetura, a arquiteta e fundadora do NAU Live Spaces, Sara Borelli, pensou em cada espaço do empreendimento. Isso porque, comenta ela, a associação das ciências pode ser um aliado para diminuir o estresse no local de trabalho e ainda proporcionar às pessoas a sensação de estarem dentro de seu lar.
Localizado na antiga Sociedade Gondoleiros, prédio emblemático no coração do 4º Distrito de Porto Alegre, o Nau Live Spaces oferece espaços vivos e oxigenados, de pessoas para pessoas, para o desenvolvimento de negócios e ideias. Com uma arquitetura única e diferenciada, foi pensado e desenvolvido em cada detalhe, para conectar empreendedorismo, empresas e eventos.
O espaço conta com mais de três mil metros quadrados, divididos em um local mais amplo, com estrutura para eventos, salas privativas que comportam a partir de quatro pessoas, além de espaços compartilhados que atendem até 80 pessoas.
Nesse contexto, a união da neurociência com a arquitetura, neuroarquitetura, estuda o impacto dos ambientes no cérebro, já a biofilia, é caracterizada como a tendência natural de nos voltarmos a natureza, portanto depois de uma pandemia, comenta a arquiteta, nada mais propício do que querer trabalhar ou desenvolver atividades em ambientes com design calmo que inspirem o foco, o bem estar, e estimulem a descontração nos momentos apropriados.
– Sabemos que a pressão do dia a dia do trabalho tem consequências para a saúde, portanto buscamos na biofilia e na neuroarquitetura ferramentas de design que pudessem ser aplicadas para aumentar a qualidade de vida dos usuários e a melhor percepção dos ambientes – explica a arquiteta ao revelar como cada espaço do NAU Live Spaces foi criado.
O aproveitamento da ventilação e iluminação natural, o uso de vegetação, cores e formas que remetam a natureza e o uso da água nos ambientes, são alguns dos elementos que ajudam no equilíbrio e bem-estar físico e mental das pessoas. Para se ter uma ideia, é muito importante para o ser humano ter a percepção do clima, por isso ambientes com iluminação natural trazem às pessoas sensação de bem-estar, além de dar sentido de orientação.
Sarah explica que buscou modular o tipo de estímulo que o ambiente fornece ao usuário. – – Nas salas privadas o ambiente ritmado, claro e iluminado, com poucas distrações, favorece o foco e a produtividade. Escolhemos usar o vidro duplo em algumas partes das salas, mas não em todo o seu perímetro, para que se mantenha o sentimento de pertencimento e vizinhança, mas sem prejudicar a concentração ou a privacidade – disse.
Já nas áreas compartilhadas, foram usados elementos mais estimulantes/vibrantes, com o uso de cores mais intensas, mobiliário “lounge” e, foi inserida propositalmente a música, para evocar uma sensação de despertar, ao interromper a atenção hiperfocada do trabalho que é realizado dentro da sala. “A intenção é que o usuário se habitue a deixar a tensão do trabalho reservada para o momento em que ele é realizado, e que na sua rotina de entrar e sair do Nau, o ambiente construído vá proporcionando estágios de descompressão, contribuindo para um maior equilíbrio da vida e trabalho”, destacou a arquiteta.
O novo modelo de trabalho em escritórios é pautado pelo uso intenso da tecnologia e pela pulverização/descentralização das atividades presenciais. Com esse cenário em mente, foram desenvolvidos espaços com layout e mobiliário flexível, aptos a acompanhar as diversas escolhas que o usuário faz durante o dia. Ele pode usar o computador na sua mesa, fazer uma video call em uma cabine, uma reunião rápida durante o café ou uma apresentação formal na sala de conferências.
Para Sara Borelli, fundadora e arquiteta do Nau Live Spaces, o principal objetivo na concepção dos espaços foi manter o protagonismo dos usuários e da pré-existência arquitetônica do Gondoleiros.
– Reciclamos o uso de todos os ambientes para adaptá-los à realidade do nosso século, centrados na funcionalidade e nas atividades de trabalho e eventos. Assim, focamos no posicionamento estratégico da infraestrutura, para fornecer um grau de liberdade alto na escolha do tipo de ocupação pelos usuários”, destacou a arquiteta.