O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A operação que levou à mudança de controle na empresa de diagnósticos médicos Alliar (AALR3), na última quinta-feira (14), assegurou aos acionistas minoritários as mesmas condições negociadas entre o empresário Nelson Tanure, novo controlador, e os antigos controladores. O formato foi acordado após muitas incertezas e desconforto do mercado em relação à negociação.
A reviravolta teve influência direta da gestora Esh Capital e do escritório Carpena Advogados. Ao longo dos últimos seis meses, as organizações encaminharam diversos procedimentos e reclamações perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), incontáveis notificações extrajudiciais, requerimentos de convocação de assembleia de acionistas, processos arbitrais e judiciais, inclusive em âmbito criminal. Elas entendiam que o formato da operação visava burlar a obrigação de realização de oferta pública de aquisição de ações aos minoritários, nas mesmas condições e preço oferecidos aos antigos controladores.
Para Cesar Augusto Fagundes Verch, sócio responsável pela área societária da Carpena Advogados, “o mais importante é que foi assegurado tratamento igualitário aos acionistas minoritários, conforme previsto em lei. O resultado seria diferente se não tivéssemos atuado”.
O fechamento da operação confirmou as mesmas condições aos acionistas minoritários, que poderão receber o valor de R$ 20,71 por ação – superior ao valor de fechamento dos papéis da companhia na sexta-feira, de R$ 18,95. Tanure passou a ter uma fatia de 63,28% da companhia, sendo que 37,96% das ações foram adquiridas do bloco de controle. A operação movimentou R$ 1,25 bilhão.