Desde janeiro, Ana Bueno é líder do centro de distribuição da Amazon no Estado, até agora o único da Região Sul. Sob seu comando, chegam a atuar quase mil pessoas em momentos de pico, circulam cerca de 50 milhões de produtos. Mas a parte que mais a orgulha é ter 20 mulheres entre as 30 pessoas que operam empilhadeiras.
Embora tenha uma formação inusual para o cargo — é graduada em Química, não em Logística —, Ana conta que foi cuidadosamente preparada para assumir essa responsabilidade. Paulista de Mogi-Mirim com 32 anos recém-feitos, já aprendeu a tomar chimarrão depois da primeira gafe: apresentada a uma cuia, tomou um golinho e devolveu.
Na semana do Dia Internacional da Mulher, relata Ana, fez questão de se reunir com a equipe para reforçar um dos pilares da gestão da empresa:
— Faço questão de contar a minha trajetória para que não se considere mais 'anormal' uma mulher liderar um ambiente logísticos, que ainda é majoritariamente masculino. Reunimos as 20 meninas que dirigem empilhadeiras aqui e deixar claro que temos espaço para quem quiser crescer e ser coordenadora, líder de área ou qualquer outra coisa.
Ana mora em Porto Alegre e dá expediente em Nova Santa Rita, um dos 12 centros de distribuição da Amazon no Brasil. Conta que a transição da Química para a Logística ocorreu ainda no primeiro estágio, na Ambev, onde começou a trabalhar na área de distribuição. Entrou na Amazon em julho de 2020 e passou dois meses em treinamento em São Paulo.
— Já fui contratada para vir para o Sul. Comecei aqui em outubro de 2020, como gerente de operações, cargo em que fiquei até dezembro. Em janeiro, fui promovida para líder de todo o site um pouco antes do planejado, porque já havia sido treinada para isso. A vida me trouxe para essa função. O que aproveito da Química é o raciocínio lógico.
Ana relata que o número de "associados", como a Amazon chama todos os que trabalham em um centro de distribuição, entre funcionários permanentes e temporários, oscilam de 350 até mais de 900, em momentos de pico, como a Black Friday. Os 50 milhões de produtos que a coluna citou na abertura correspondem a todo o portfólio da Amazon, mas Ana diz que não estão todos no CD gaúcho:
— Cuidamos para ter o estoque certo no lugar certo. Não faz muito sentido ter cuia e erva no Nordeste, mas aqui não pode faltar.
A executiva afirma que os princípios de diversidade e inclusão são pilares da estratégia da Amazon, que se propõe a ser a melhor empregadora do mundo. A empresa, lembra, foi a primeira a ter ar-condicionado em todos os galpões, e a manter não uma temperatura de segurança (com foco nos produtos), mas de conforto (adequada para pessoas).