Apresentada pela coluna assim que começou a oferecer seus produtos pela internet, a gaúcha Inbeauty agora prepara um salto nacional.
O CEO, Luis Cunha, avisa que as "cápsulas de beleza" vão saltar de 400 para 10 mil pontos de venda em 2022. A expectativa é de que a participação da marca nesse segmento também decole de 0,5% para 12%.
O negócio da Inbeauty, explica seu fundador, é entregar nutrientes ao organismo. Segundo Cunha, estudos mostraram oportunidades no segmento de nutricosmética, que ajuda a melhorar a aparência no curto prazo e prevenir problemas futuros. O nó, relata, era que todos os existentes no mercado davam resultado em três a quatro meses.
— O brasileiro é muito imediatista, o que levava ao abandono do tratamento. Optamos por desenvolvimento próprio, com financiamento do Finep Inovacred intermediado pelo BRDE, e colocamos uma equipe de pesquisadores para resolver problemas como queda de cabelo, unhas fracas, sinais de idade e retenção de líquido no corpo. Também limitamos essa busca a ativos considerados seguros não só pela Anvisa, mas também pela FDA (espécie de Anvisa dos EUA). A resposta veio da nanotecnologia — detalha Cunha.
A Inbeuty passou a vender suas direct caps com resultados mais rápidos. Começou pela internet, passou para pequenas redes de farmácias, de bairro ou cooperativas, chegou à Panvel, depois à São João, e agora fez acordo com redes nacionais, como DrogaRaia e Pague Menos. No final de 2021, a Amazon fez contato para vender as cápsulas Inbeauty, conta, orgulhoso:
— Foi iniciativa deles, a gente não como aparece como marketplace, como outra loja. O produto é vendido e entregue como Amazon. Foi preciso aumentar a quantidade. Deu até pena, porque teve mais pedido do que podíamos atender, mas mostrou o potencial.
Em 2020, houve uma captação pela plataforma CapTable, a primeira bem-sucedida de uma healthtech (startup focada em saúde) no Brasil, que rendeu R$ 700 mil.
— É um mercado muito agressivo, em que uma startup gaúcha concorre com gigantes como Unilever e Pfizer (que não faz só vacina...).
Na pandemia, diz Cunha, as farmácias não fecharam mas, em termos de vendas, "viraram só distribuidoras de medicamentos", avalia. Não havia comitês para avaliar novos produtos ou clima para promoção em pontos de venda. Agora, com a captação e o reforço do conselho com profissionais que conhecem bem esse mercado competitivo, virá o salto. Que terá, ainda, o impulso de uma influencer, Sabrina Sato.
— Nosso grande desafio é fazer a primeira venda. Com resultado em menos de 30 dias para 30 cápsulas, quem experimentar vai querer manter.
A produção das cápsulas segue terceirizada — e deve se manter assim, avisa Cunha, com o laboratório Tiaraju, de Santo Ângelo. Segundo o CEO, essa empresa de medicamentos, que teve a divisão fitoterápica comprada pela Aché em 2016, tem capacidade de produção suficiente para bancar a expansão almejada.