Depois do fechamento do mercado financeiro, o Grupo Ultra, dono da rede de postos Ipiranga, confirmou a venda da rede de farmácias Extrafarma para a Pague Menos.
O negócio é um preparativo para a compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, que está nas definições finais com a Petrobras.
Em fato relevante, o Ultra conformou o negócio e informou que o valor total de venda é de R$ 700 milhões, "sujeito a ajustes em razão principalmente das variações de capital de giro e da posição da dívida líquida da Extrafarma na data de fechamento da transação". Embora corresponda a cerca de 10% do preço estimado da Refap, ao redor de R$ 7 bilhões, ajuda a reduzir o endividamento com a compra.
É que o próprio grupo admite no comunicado formal: "Em consistência com o que vem informando aos seus acionistas e ao mercado de capitais, a Ultrapar está em processo de revisão de seu portfólio de negócios, buscando maior complementariedade e sinergias, com investimentos centrados nas oportunidades existentes na cadeia downstream (refino) de óleo e gás no Brasil, na qual possui forte escala operacional e conta com vantagens competitivas estruturais, permitindo maior eficiência e potencial de geração de valor. O foco da gestão e a redução da alavancagem são benefícios adicionais da transação para a Ultrapar".
Em teleconferência com analistas de mercado no início do mês, o CEO do Ultra, Frederico Curado, havia previsto a assinatura definitiva dos contratos de compra da Refap para "meados do ano". Depois disso, a Petrobras publicou fato relevante em que confirma o compromisso assumido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de efetuar a venda da Refap até julho.
A aposta do Ultra em uma rede de farmácias se baseava na expectativa de expansão rápida de lojas que seriam instaladas nos postos Ipiranga, que pertencem ao grupo. No entanto, conforme relatou o presidente do conselho do conglomerado, Pedro Wongtschowski, ao jornal Valor Econômico, as compras de farmácias ficaram "caras demais". Há especulações no mercado que o Ultra também possa vender outra empresa, a Oxiteno, uma das raras unidades no polo petroquímico de Triunfo que não pertencem à Braskem — também à venda.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo