Aos poucos, pesquisas vão ajudando a entender como os cidadãos enxergam a situação econômica. No caso dos brasileiros, oito em cada 10 esperam os preços continuem subindo mais do que a sua renda em 2022. Ou seja, a grande maioria população do país não acredita no controle da inflação ao longo dos próximos 12 meses.
Os dados são da pesquisa Global Advisor Predictions 2022, realizada pela empresa de pesquisa de mercado independente Ipsos.
Apenas 15% dos entrevistados acreditam que os preços dos produtos vão cair no Brasil. Outros 5% não souberam responder. Apesar da perspectiva ruim, o país ocupa "só" a 14 colocação no ranking dos países com "menos esperança" no controle de preços. Mas divide a posição com outro país acossado pela economia na América Latina, a Argentina. Nesse ranking de desesperança, os russos ocupam a primeira posição, com 88%, seguidos de Chile, Holanda e Romênia, todos com 85% do total.
Na avaliação do CEO da Ipsos no Brasil, Marcos Calliari, a crise econômica elevou a "sensação de mal-estar" da população sobre a sua própria condição financeira, especialmente nas classes média e baixa:
— Essa realidade é bem mais intensa em países europeus e sul-americanos, mas mesmo nas nações do leste asiático, é significativa.
|Os brasileiros não estão desconfiados só do próprio país: 38% veem possibilidade de quebra nos grandes mercados no próximo ano. São três pontos percentuais acima da média global, de 35%. Mas a maioria (42%) não considera esse um cenário viável. Outros 20% não souberam responderem.
Apenas em cinco dos 33 países pesquisados há confiança de mais da metade da população na solidez do mercado financeiro: Coreia do Sul (63%), China (59%), Suécia (53%), Dinamarca (51%) e Hungria (50%). O estudo entrevistou a população de 33 países para entender melhor qual a projeção para o ano que está prestes a começar. Ao todo,foram ouvidos 22 mil adultos, sendo mil brasileiros. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
* Colaborou Camila Silva