Desde abril buscando compradores para a Braskem, dona da maior parte do polo petroquímico gaúcho, a Novonor (novo nome da Odebrecht), controladora da empresa, avisou que pode vender todas as ações preferenciais da companhia na bolsa.
A informação foi dada pela própria Braskem ainda na noite de quarta-feira (1º). Nesta quinta, as ações da companhia entraram em órbita: as ordinárias subiram 11,85%, ajudando a bolsa ter o melhor desempenho do ano, com alta de 3,66%.
Além da possível negociação, o que transformou a Braskem na maior alta da bolsa nesta quinta-feira (2) foi o comunicado de que vai antecipar o pagamento de R$ 6 bilhões em dividendos a seus acionistas, além da intenção de migrar para o Novo Mercado (segmento que exige as melhores práticas de governança e só permite negociação de ações ordinárias, que dão direto a voto nas decisões).
Depois de atingir o pico de valor de mercado, em setembro, a Braskem teve uma fase de baixa, e hoje vale R$ 44 bilhões. A Novonor está em processo de recuperação judicial e conta com a venda da Braskem para quitar ao menos parte de suas dívidas. Seu plano está condicionado à venda da Braskem até julho de 2023. Em 2019, chegou a ser anunciada uma negociação bem encaminhada para venda da Braskem à LyondellBasell, que desistiu por não ter sido informada sobre um risco na operação.
A ex-Odebrecht tem 50,1% das ações ordinárias da Braskem e 38,3% do capital total. Tem uma sócia relevante, a Petrobras, com 47% das ações ordinárias e 36,1% do capital total, que também quer vender sua participação. Conforme o comunicado da Braskem, a decisão de venda das ações preferenciais não está tomada, nem tem data para acontecer. Pode ser um ultimado para eventuais interessados na compra em negociação direta. E pode não ser.
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