Quatro meses depois de a Novonor (ex-Odebrecht) ter anunciado a volta da busca de um comprador para a Braskem, a Petrobras fez o mesmo.
Em nota, confirmou a informação que já circulava no mercado, acentuando que seu objetivo é a "venda integral" de sua participação.
Em nota, a Petrobras confirma que "mantém seu posicionamento em buscar a venda integral de sua participação na Braskem e monitora o processo de alienação da participação detida pela Novonor". No entanto, avisa que "ainda não há qualquer definição ou decisão sobre o assunto".
Na semana passada, intensificaram-se as especulações sobre o formato de venda da Braskem, que deverá mesmo ser fatiada entre polos regionais. Além do gaúcho, em Triunfo, a gigante tem complexos em São Paulo, Rio, Alagoas e Bahia, no Brasil, além de unidades no México, nos Estados Unidos e na Europa. Nessa linha, surgiram informações de que a Petrobras poderia ter interesse em comprar ativos da Braskem no Sudeste, mas ao reforçar que objetiva a "venda integral", a estatal afasta essa hipótese.
A empresa, que tinha valor de mercado (preço das ações multiplicado pela quantidade) de R$ 40 bilhões na época da retomada da busca de um comprador, agora está avaliada em R$ 47 milhões, ou seja, valorizou-se em 17,5% graças ao aumento da demanda por resinas plásticas e à melhora dos resultados financeiros.
Em 2019, chegou a ser anunciada a negociação com a LyondellBasell, que desistiu por não ter sido informada sobre um risco na operação. Para lembrar, a Novonor tem 38,3% do capital total e 50,1% do votante (ações ordinárias) da Braskem, enquanto a Petrobras tem quase outro tanto: 36,1% do total e 47% do votante. No Estado, a Braskem é dona da maior parte do polo petroquímico de Triunfo. No complexo, estão fora de seu guarda-chuva apenas Innova, Oxiteno e Arlanxeo.
Entre os potenciais interessados na compra fatiada, são citados fundos de investimento como Advent, Apollo, Blackstone e Mubadala (o fundo soberano de Abu Dhabi, que comprou a refinaria da Petrobras na Bahia, a primeira privatizada), gigantes do setor petroquímico como a própria LyondellBasell, Dow, Formosa Plastics, Sabic e Total, além de grupos nacionais como Cosan e Ultrapar.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo