A reserva de recursos para a aposentadoria é um tema pouco explorado pelos influenciadores digitais que falam sobre investimentos. Foi o que constatou um levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O estudo acompanhou 266 influenciadores que abordam temas relacionados a assuntos financeiros nas redes sociais. Desse universo, apenas 51% trataram de previdência. E, dentre 270,7 mil publicações feitas de janeiro a julho, somente 1.011 trataram o assunto, ou o equivalente a 0,37% do total.
Em efeito comparativo, foram 4.482 posts sobre renda fixa (Selic, poupança e Tesouro Direto) no mesmo período. A audiência alcançada com as duas temáticas, entretanto, foi bastante semelhante: 6,2 milhões de seguidores para assuntos de previdência e 6,1 milhões em renda fixa.
Para o superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da Anbima,Marcelo Billi, apesar da metade dos influenciadores tratarem do assunto em algum momento, o número de publicações ainda é muito baixo. Segundo ele, isso reforça que a previdência é um tema pouco falado e com grande potencial para ser explorado.
Além do baixo volume de publicações, o levantamento aponta que a previdência ainda é explorada com pouca abrangência. Um dos benefícios do INSS, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), por exemplo, foi o mais citado no acumulado de janeiro a julho. Os picos de publicações aconteceram em abril (181 posts) e julho (185), com assuntos que abordaram o saque do FGTS e os empréstimos tendo o fundo como garantia, respectivamente. No geral, as publicações sobre recursos para a aposentadoria seguem uma média mensal similar, com poucas variações entre um mês e outro.
As abordagens mostram que INSS e FGTS são tratados como alternativas possíveis para a aposentadoria, mas não o caminho único para esse fim. Parte das publicações indica que seja feita uma análise pelo investidor, por exemplo, se valeria mais a pena aplicar em produtos de longo prazo como fonte de renda futura para a aposentadoria em vez de utilizar apenas a previdência pública. Ou seja, parcela destes perfis sugere que a reserva financeira para a aposentadoria deve ser construída como um investimento.