Quando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor, em agosto de 2020, nascia também a Privacy Tools, startup fundada por Aline Deparis.
A empreendedora já tinha a Maven Inventing e presidia a Assespro-RS. Mas percebeu que as regras da LGPD exigiram das empresas uma gestão de dados para a qual não estavam preparadas.
– Com a entrada em vigor da lei, empresas precisaram se adequar, mas os sistemas não foram concebidos pensando em segurança dos dados dos clientes, mas na segurança do próprio sistema – observa a empreendedora.
O papel da Privacy Tools, uma das startups gaúchas que foram destacadas no ranking 100 Open Startups, é o de maestro, explica Aline. Orquestra, em uma só plataforma, diversos módulos com funções variadas: faz o mapeamento dos dados, verifica o que o sistema está acessando, com quem está compartilhando e o que está fazendo com as informações.
É todo o trabalho necessário para entregar relatórios à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD, agência reguladora do segmento). Segundo Aline, como a LGPD é ainda muito nova, as empresas tiveram de implementar controles às vezes sem conhecer em profundidade tudo o que a regra impôs.
– Se trata de consentimento, mas não basta pedir consentimento. É um momento extremamente novo, consequência de muita dúvida, muita discussão para amadurecer o assunto dentro das empresas. E como foi no meio da pandemia, ainda ouvimos 'vamos investir nisso no próximo ano' – relata.
Mesmo assim, diz a empreendedora, o serviço tem "demanda altíssima". Em relação da dezembro de 2020, a receita da Privacy Tool cresceu 10 vezes. No primeiro ano de atuação, a startup recebeu aporte de R$ 1 milhão de um fundo de investimentos e se prepara para a segunda rodada de aporte. Começou com três funcionários, está com 35. E pretende aumentar o número de clientes, dos atuais 400 para 500 até o final deste ano:
– O foco é trabalhar para ser líderes na entrega de serviços, não só da plataforma. A Privacy Tools apoia as empresas no processo de implementação, na celeridade necessária.
A startup tem clientes em todo o Brasil, mas também atende a filiais de multinacionais com sede na Argentina e na França no Brasil, porque além das regras da LGPD nacional, está preparada para atender as exigências da versão europeia, a GDPR, e está preparada para "atender a todos os marcos regulatórios que surgirem no mundo". Entre seus atuais clientes, estão Rede D'or, Banco RCI Brasil, Pague Menos, Farmácias São João, Petros e Dafiti.
