O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
As exportações de calçados seguem em alta. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro, foram embarcados 86,2 milhões de pares, que geraram US$ 618,45 milhões, incrementos de 33,7% em volume e de 26,3% em receita na relação com o mesmo período do ano passado.
Respondendo por 44% do total gerado com as exportações de calçados, o Rio Grande do Sul segue como o principal exportador do setor. Entre janeiro e setembro, as fábricas gaúchas embarcaram 22 milhões de pares, que geraram US$ 272,24 milhões, altas tanto em volume (+41%) quanto em receita (+22,5%) ante o mesmo período do ano passado.
O segundo estado exportador do período foi o Ceará. Nos nove meses, saíram das fábricas cearenses 26,33 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 147,53 milhões, incrementos tanto em volume (+24,2%) quanto em receita (+22,3%) no comparativo com o período correspondente de 2020.
Com incrementos de 33,2% em volume e de 32% em receita gerada, o terceiro exportador de calçados do Brasil, nos nove meses do ano, foi São Paulo. Das fábricas paulistas, partiram 6 milhões de pares, que geraram US$ 65,25 milhões.
Quando considerado apenas o mês de setembro, as exportações somaram 11 milhões de pares, que geraram US$ 77 milhões, incrementos de 35,7% e de 46%, respectivamente, ante os números do mesmo mês do ano passado. Já no comparativo com os registros de setembro de 2019, foram registradas alta em volume (+10%) e queda (-8%) em receita.
Em todo o país, quando comparado com os níveis pré-pandemia, em 2019, os resultados são 1% superiores em pares, mas 15,7% inferiores em receita. Segundo a Abicalçados, com a alta do dólar, os calçadistas conseguem formar preços mais competitivos mantendo a rentabilidade em real.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o mercado externo, especialmente os Estados Unidos, tem puxado a recuperação da indústria de calçados. “A expectativa é encerrar o ano com os resultados 25% melhores do que no ano passado, inclusive superando os números da pré-pandemia, em 2019”, projeta, ressaltando que os índices do segundo semestre vêm sendo mais baixos em função da base de comparação mais forte da segunda parte de 2020, quando a indústria já dava sinais de uma retomada mais consistente no mercado internacional. Para o ano, a estimativa da Abicalçados é encerrar com a soma de 118 milhões de pares embarcados.
Destinos
O principal destino do calçado brasileiro no exterior segue sendo os Estados Unidos, para onde foram embarcados, entre janeiro e setembro, 10 milhões de pares, que geraram US$ 153 milhões, incrementos tanto em volume (+52,7%) quanto em receita (+41,7%) na relação com igual período do ano passado. “Mais do que isso, as exportações para os Estados Unidos, em 2021, já superaram o nível pré-pandemia. Frente ao mesmo período de 2019, as exportações, em pares, cresceram 11%”, comemora Ferreira.
Entre janeiro e setembro, o segundo destino do calçado brasileiro foi a Argentina, para onde foram exportados 9,2 milhões de pares por US$ 80,6 milhões, altas tanto em volume (+79,7%) quanto em receita (+57%) ante o mesmo ínterim do ano passado. Assim como os Estados Unidos, os níveis de exportações para a Argentina já superaram os de 2019, em 26%.
O terceiro destino do produto verde-amarelo nos nove meses do ano foi a França. No período, os franceses importaram 5,3 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 42,63 milhões, incremento de 3% em volume e queda de 1,5% em receita no comparativo com o intervalo correspondente de 2020.