O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A Fecomércio-RS realizou a sua Sondagem de Meios de Hospedagem, que traça o perfil do segmento gaúcho. O estudo evidencia o impacto da crise e as percepções dos empresários de um dos setores mais afetados pela pandemia. Depois de um ano, a avaliação das perdas por parte dos empresários deixa claro o tamanho do estrago: 6,2% dos empresários referiram estar ainda com seu negócio fechado e a maior parte dos negócios (67%) tem perdas mensuradas de 25% a 75% dos faturamentos. Apenas 1% tiveram ganhos no período.
Sobre o desempenho nos últimos seis meses, a avaliação de vendas regulares correspondeu a 41,3% das respostas, enquanto as positivas somam 29,3%. Equilibrando a equação, as vendas ruins foram a realidade de 29,4% dos entrevistados.
- Com a retomada muito dependente do controle da pandemia e, portanto, do avanço da vacinação para que a mobilidade possa voltar aos níveis pré-crise, temos um cenário em que a reação acontece, mas tem sido lenta -, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Segundo ele, esse contexto é ainda mais desafiador quando grande parte dos meios de hospedagem gaúchos estão associados ao turismo executivo, segmento cuja dinâmica foi alterada com a possibilidade dos encontros online.
- As mudanças estruturais desse segmento também devem impactar a retomada do setor hoteleiro - comentou Bohn.
Na pesquisa, 64,7% dos empresários referiram ter no Turismo de Negócios a principal motivação para hospedagem, sendo que os dias de semana foram os apontados como o período em que há maior ocupação, conforme apontaram 68,3% dos respondentes.
Para os próximos meses, com a perspectiva de reabertura e maior circulação à medida que avança a população imunizada, a Sondagem identificou que predominam as expectativas de melhoria nas vendas, conforme apontaram 85% dos entrevistados. Outros 63,4% são mais moderados e esperam vendas um pouco melhores e 21,6% projetam que as vendas melhorem muito.
No que diz respeito às expectativas relacionadas à força de trabalho, no balanço entre as perspectivas de aumentos e de reduções, prevalecem as contratações, com 25,9% dos entrevistados projetando expansão dos contratados ante 18,2% que projetam reduções. Para 39,7% o tamanho das equipes não deve sofrer alterações, enquanto 17,1% dos entrevistados não souberam afirmar – resultado que reflete as incertezas que permeiam o processo de retomada esperado para o segundo semestre.
A Sondagem de Segmentos de Meios de Hospedagem da Fecomércio-RS foi realizada entre 23 de junho e 16 de julho deste ano. A pesquisa entrevistou 385 estabelecimentos no Rio Grande do Sul.