O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Um estudo inédito da Neoway - maior Big Data e Inteligência Artificial da América Latina - traçou um cenário pouco animador para o ESG no Brasil. Estas três letras indicam a preocupação de empresas com temáticas ambientais, sociais e de governança.
O levantamento considerou 208 mil empresas ativas, com mais de 670 mil funcionários e um faturamento anual superior a R$ 561 bilhões. A meta era revelar indícios de práticas suspeitas. Por isso, a pesquisa monitorou 100 variáveis de observação na carteiras de clientes dessas empresas, fornecedores e agentes de crédito.
Uma das constatações foi que, em maio de 2021, no país, existiam 37 mil empresas com licenças ambientais irregulares. Os setores mais impactados são varejo (23%), bens de consumo (13%), química-petroquímica (8%), transporte e atacado (7%).
E o Rio Grande do Sul ocupa uma liderança indigesta. Isso porque 40% destas irregularidades estão por aqui. São Paulo vem atrás com 14% e Rio de Janeiro fecha o top três com 9%. As gaúchas também respondem por 15% dos crimes ambientais do país, na segunda colocação, atrás apenas de Minas Gerais com 27%.
Kadu Monguilhott, CEO da Neoway, comenta que nunca se falou tanto sobre diversidade, inclusão e valores. Os dados não mentem. A indústria de investimentos responsáveis já movimenta US$ 31 trilhões, ou o equivalente a 36% dos ativos financeiros totais sob gestão de fundos de investimento no mundo. Isso se deve, justamente, à preocupação de investidores, instituições financeiras, consumidores e governos.
É, parece que chegou a hora de acordar!