Ainda antes da apresentação formal de seu trabalho, o deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), relator da fatia 2 da reforma tributária, já está antecipando algumas das mudanças drásticas que vai apresentar.
Pelo Twitter, avisou que seu substitutivo prevê a redução da alíquota base do IRJP 15% para 2,5%, argumentando que vai beneficiar 1,1 milhão de empresas ativas. É um corte de 12,5 pontos, mais de duas vezes o previsto originalmente pelo governo, que era de cinco pontos em dois anos. O parlamentar havia dito a empresários que sua intenção era alterar "praticamente todo" o texto enviado à Câmara dos Deputados.
Mas nem só boas notícias para o universo corporativo foram antecipadas por Sabino em seu perfil. Também avisou que pretende cortar benefícios fiscais para cerca de 20 mil empresas no Brasil:
— Vamos tirar benefícios de poucas empresas para beneficiar linearmente a todas, inclusive as que perderão benefícios — escreveu.
Havia muita expectativa para as mudanças propostas na Câmara dos Deputados porque a proposta original, apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, provocou muitas queixas no empresariado, além de preocupação na classe média. Conforme o próprio parlamentar, essas definições ocorrem ao final de uma reunião "com a equipe que está construindo a reforma no IR".
— Muita gente (está) me pedindo pra antecipar nosso relatório. Precisamos ter responsabilidade pra checar e confirmar todos os números. Nosso texto será ousado e transformador — afirmou o deputado na rede social, criando ainda mais suspense.
Outra antecipação feita pelo relator no longo fio (sequência de tuítes curtos) publicado neste início de tarde de terça-feira (12) foi de que vai "manter desonerados" os fundos imobiliários (FIIs), que na proposta original passariam a ser tributados. A bolsa de valores inverteu de queda para alta: trafegava na faixa de 126 mil pontos antes da saraivada de tuítes de Sabino, subiu para o nível de 128 mil pontos.
Nesse detalhamento prévio, porém, não houve nenhuma menção ao esperado alívio também para a classe média com a eventual extensão do limite da aplicação do desconto simplificado de 20% para além de salário mensal de R$ 3 mil, como previa a proposta de Guedes.